Poeta Marília Garcia vence Prêmio Oceanos
Autora de ‘Câmera Lenta’, que lhe rendeu R$ 100 mil, ela foi a única brasileira entre os vencedores; anúncio foi feito ontem, em Portugal
A poeta brasileira Marília Garcia foi a grande vencedora do Prêmio Oceanos 2018. Câmera Lenta, publicado pela Companhia das Letras, foi considerado o melhor livro escrito por um autor lusófono em 2018. Marília, que nasceu no Rio em 1979, ganhou R$ 100 mil com esta obra em que ela pesquisa, por meio da poesia, o próprio processo poético.
O segundo lugar foi para o romance Hoje Estarás Comigo no Paraíso, do português Bruno Vieira do Amaral, que ganhou R$ 60 mil. A Noite Imóvel, do poeta português Luis Quintais, ficou em terceiro (R$ 40 mil). E O Deus Restante, também de poemas, ficou na quarta posição e rendeu ao moçambicano Luis Carlos Patraquim o prêmio de R$ 30 mil. O anúncio foi feito na tarde de ontem, 7, em cerimônia no Palácio da Ajuda, em Portugal, com transmissão ao vivo pela internet.
Concorreram obras escritas em português e publicadas em qualquer lugar do mundo – antes, eram aceitas inscrições apenas de livros lançados no Brasil. No total, foram inscritas 1.364 obras, com poesia na liderança com 576 títulos (42%), seguida por romances, com 483 títulos (35%), livros de contos, com 206 inscrições (15%), crônicas, com 78 títulos (5%) e 21 obras de dramaturgia (1,5%).
O júri final foi composto por Ana Paula Tavares (Angola), Daniel Munduruku, Flora Sussekind,
Heitor Ferraz e Julián Fuks (Brasil), Helena Buesco, Maria João Cantinho e Pedro Mexia (Portugal).
Realizado em parceria com o Itaú Cultural, o Oceanos tem curadoria da portuguesa Isabel Lucas e dos brasileiros Selma Caetano, Mirna Queiroz e Manuel da Costa Pinto. O patrocínio é do Banco Itaú, da República de Portugal, por meio do Fundo de Fomento Cultural Português, e da CPFL Energia.
Com o Oceanos, a temporada de prêmios literários vai chegando ao fim. O São Paulo foi marcado pela vitória, pela primeira vez, de três mulheres: Ana Paula Maia, Cristina Judar e Aline Bei. O Jabuti, pela consagração de Mailson Furtado Viana, que publicou seu à cidade de forma independente e ganhou o Livro do Ano da mais tradicional premiação do mercado editorial – num ano em que o Jabuti foi envolto em polêmicas. E Evandro Affonso Ferreira foi o romancista premiado pela Biblioteca Nacional.