Presidente prepara mais concessões após prisão de 1,7 mil
O presidente da França, Emmanuel Macron, se reunirá hoje com representantes de sindicatos, de empresas, do Legislativo e do Judiciário, antes de discursar à nação sobre os protestos que ocorrem há um mês. No sábado, houve 1,7 mil prisões, no quarto fim de semana consecutivo de manifestações.
Os atos inicialmente ocorriam contra o aumento no preço da gasolina, mas incorporaram demandas difusas, como custo de vida, carga de impostos, privilégios dos políticos e sistema de aposentadoria. Espera-se que no anúncio de Macron, programado para as 20 horas (17 horas em Brasília), ele possa ampliar as concessões aos chamados “coletes amarelos”.
O presidente enfrenta crescentes críticas por não se pronunciar sobre o tema. Seu último discurso ocorreu em 27 de novembro, quando afirmou que não será levado a alterar suas políticas por “bandidos”.
Após os protestos das últimas semanas, o governo recuou, cancelando o aumento de impostos sobre combustíveis planejado para janeiro e congelando os preços da eletricidade.
Apesar das concessões já feitas, Macron fechou as portas, até aqui, a outros desejos dos manifestantes. Há medo de aumentar o déficit do país e descumprir regras da União Europeia. O governo alega que a elevação nas tarifas era necessária para cumprir metas ambientais.
O presidente americano, Donald Trump, aproveitou a onda de protestos para reforçar sua posição contra o Acordo de Paris, que impõe uma série de restrições à emissão de gases. Ontem, o governo francês pediu a Trump que não opine mais sobre as manifestações.
“Deveremos esperar uma nova desaceleração sobre o crescimento econômico na comparação anual por causa dos protestos dos coletes amarelos”, disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, enquanto visitava lojas e restaurantes depredados nas manifestações em Paris.