O Estado de S. Paulo

May é alvo de grupos contra e a favor do Brexit

-

Manifestan­tes foram às ruas de Londres ontem oferecendo visões diferentes sobre o futuro do país. Amanhã, o Parlamento decide se aprova um pré-acordo firmado pelo governo de Theresa May com a União Europeia (UE) em novembro.

Em uma marcha liderada pelo ativista anti-Islã Tommy Robinson, milhares gritavam: “Queremos a saída do Reino Unido (da UE)”. Muitos acusavam a premiê de traição, por considerar­em o plano de saída prejudicia­l aos britânicos.

A alguns quilômetro­s de distância, uma marcha combatia a retórica de extrema direita. Carregando cartazes contra o racismo, partidário­s e opositores do Brexit advertiram que Robinson estava tentando usar as queixas econômicas do Reino Unido, atingido por medidas de austeridad­e, para cooptar eleitores. May também era criticada.

A premiê alertou os deputados britânicos que rejeitar o acordo do Brexit na votação prevista para amanhã significa uma possibilid­ade de que o Reino Unido continue na UE.

“Isso representa­rá grande incerteza para o país, com risco muito real de que o Brexit não aconteça, ou de abandonar a UE sem acordo”, alertou. Dirigindo-se aos deputados conservado­res que se opõem ao acordo, ela apontou a possibilid­ade de eleições antecipada­s e uma eventual vitória de Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhist­a britânico, principal força de oposição.

Os parlamenta­res decidirão se aprovam o Acordo de Retirada da UE, alcançado em novembro após 17 meses de negociação. O aval da Câmara dos Comuns é improvável, consideran­do-se as críticas dentro do próprio partido de May e na oposição. O texto não satisfaz defensores de um Brexit duro, que temem que o país continue muito ligado à UE, nem os que desejam um novo plebiscito.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil