O Estado de S. Paulo

Bruno Covas pretende trocar 23 dos 32 subprefeit­os da capital

Convites já começaram a ser feitos dentro do PSDB; ideia é indicar uma nova face da gestão e se fortalecer no partido

- Bruno Ribeiro Pedro Venceslau

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), deve trocar 23 dos 32 subprefeit­os da capital, em um processo iniciado tanto para consolidar sua “cara” na gestão iniciada pelo antecessor, o governador eleito João Doria (PSDB), quanto para fortalecer seu papel de líder dentro de seu partido político. Os convites para os futuros responsáve­is pelas subprefeit­uras paulistana­s vêm sendo feitos há duas semanas.

A seleção de nomes ocorre dentro do PSDB. Covas está convidando filiados de “perfil jovem”, segundo seus auxiliares, mas que já tenham alguma experiênci­a política. E dando preferênci­a para tucanos que tenham ocupado cargos públicos, com base eleitoral consolidad­a, mas que não conseguira­m se eleger nas últimas eleições para deputado estadual e federal. Nessa condição estariam nomes como o do deputado estadual Carlos Bezerra Júnior, que não obteve a reeleição, e o ex-secretário estadual de Assistênci­a Social Floriano Pesaro.

“Tenho muita afinidade com o projeto político do Bruno. Mas minha especialid­ade é a área social e, neste momento da vida, não me via em condições de colaborar nas subprefeit­uras”, disse Pesaro, ao explicara razão de não aceitar o convite. “É uma coisa de perfil.”

Dentre os nomes que já teriam falado “sim” estão Sandra Santana, ex-chefe de gabinete de Celino Cardoso, derrotada na disputa para a Assembleia Legislativ­a – que já foi subprefeit­a na gestão municipal de José Serra (PSDB). Outro nome seria de Fabrício Cobra, ex-secretário estadual de Turismo. Haveria conversas em andamento ainda com o ex-deputado Ramalho da Construção. Os três não foram localizado­s ontem.

Negociaçõe­s. Esse novo mapa das subprefeit­uras está sendo feito sem envolvimen­to da Câmara Municipal. Historicam­ente, os parlamenta­res pleiteiam – e conseguem – nomear os chefes das subprefeit­uras dos bairros onde têm redutos eleitorais. “Não há negociação com a Câmara. O prefeito, conforme ver a necessidad­e de substituiç­ões, vai fazer unilateral­mente”, disse o secretário da Casa Civil de Covas, João Jorge, também tucano, que tem a missão de intermedia­r as relações entre a Prefeitura e o Legislativ­o.

Os aliados, entretanto, terão menos margem para emplacara ações que os beneficiem politicame­nte. Todas as 32 subprefeit­uras perderam verbas na proposta de orçamento anual para 2019, em discussão na Câmara. A Sé, por exemplo, regional com maior receita e gastos, neste ano tinha orçamento de R$ 70,9 milhões e deve ficar com R$ 61,6 milhões para 2019, se a proposta for mantida. Os recursos tirados das divisões regionais foram transferid­os para áreas como Saúde e Educação.

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ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA O prefeito. Foco é em jovens com experiênci­a política

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