O Estado de S. Paulo

Cielo, o rei dos Mundiais

Nadador sobe ao pódio no revezament­o em Hangzhou, na China, e se torna o brasileiro com mais medalhas em Mundiais, superando Robert Scheidt

- HANGZHOU

Com bronze no revezament­o, na China, o nadador César Cielo (braço

levantado) é o brasileiro com mais medalhas em Mundiais: 18. Robert Scheidt (vela) tem 17.

Foi na China que Cesar Cielo entrou para a história ao conquistar o primeiro ouro olímpico da natação brasileira, em 2008, nos Jogos de Pequim. Dez anos depois, quis o destino que o atleta nascido em Santa Bárbara do Oeste, no interior paulista, entrasse mais uma vez para a história no país asiático.

No Mundial de piscina curta, que está sendo disputado em Hangzhou, Cielo nadou ao lado de Matheus Santana, Marcelo Chierighin­i e Breno Correia para conquistar a medalha de bronze no revezament­o 4 x 100m livre. Com isso, ele se isolou como o brasileiro que mais vezes subiu ao pódio em campeonato­s mundiais.

“Esta é uma medalha especial. Apesar de ser um bronze, agora sou oficialmen­te o maior vencedor de medalhas de campeonato­s mundiais em qualquer esporte no Brasil. Havia uma nuvem pairando sobre mim e depois dessa conquista estou mais leve. Agora sinto que posso realmente curtir o evento e aproveitar o tempo com meus amigos para tentar ganhar mais medalhas. O peso invisível do recorde não existe mais”, disse o nadador.

Aos 31 anos, Cielo deixou para trás uma lenda da vela, Robert Scheidt, e atingiu a marca de 18 medalhas em mundiais, uma a mais que o experiente velejador. E ele pode ampliar a marca ainda em Hangzhou, pois disputará as provas de 50m e 100m livre, além de poder ser escalado para outros revezament­os da seleção.

“Foi uma medalha conquistad­a no desempenho e na superação de cada um. Posso dizer que minha vinda para cá já foi justificad­a. Agora, quero aproveitar cada momento com cada amigo e tem muita coisa por vir. Temos outros revezament­os, provas individuai­s. Sei que posso ampliar esse recorde e vou em busca disso”, afirmou.

Cielo ficou emocionado com mais uma medalha em seu currículo, ainda mais porque nadou ao lado de companheir­os mais jovens. “Eu era o mais velho no revezament­o. Esses caras me assistiram nadar anos atrás e agora estão nadando ao meu lado. Esta é a terceira ou quarta vez que temos pessoas diferentes no revezament­o, mas ainda estamos no top 3 do mundo e isso é muito importante para nós em relação à Olimpíada. Para ser honesto, não vejo esse time ficar sem medalha em Tóquio.”

A medalha coroa uma carreira brilhante de Cielo nas piscinas e ele tem evitado falar sobre futuro – prometeu decidir se para de competir em janeiro. Mas já dá pistas que sua trajetória está acabando. “Sinto que meu ciclo está chegando ao fim. Acho que fiz o meu trabalho aqui.”

Nos próximos dias, ele poderá ampliar a marca e colocar números mais difíceis de serem quebrados por outro brasileiro. Por isso, prefere manter o foco no Mundial de piscina curta e garante que quando a participaç­ão nacional terminar no evento, no domingo, vai comemorar no melhor estilo. “Por enquanto não podemos celebrar muito. Mas no último dia, com certeza, vamos procurar uma churrascar­ia ou algo assim. Estamos realmente sentindo falta da nossa comida agora e das nossas caipirinha­s”, brincou.

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 ?? SATIRO SODRE/SSPRESS/CBDA ?? Medalha. O revezament­o brasileiro, formado por Matheus Santana, Cesar Cielo, Marcelo Chierighin­i e Breno Correia (da esq. para dir.), ganhou o bronze
SATIRO SODRE/SSPRESS/CBDA Medalha. O revezament­o brasileiro, formado por Matheus Santana, Cesar Cielo, Marcelo Chierighin­i e Breno Correia (da esq. para dir.), ganhou o bronze

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