Deputados do PSD sinalizam apoio ao governo Bolsonaro
Adesão formal do partido de Kassab, no entanto, não foi anunciado pela direção nacional; sigla fala em ‘clima majoritário’
Em mais uma rodada de reuniões com partidos, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebeu ontem a sinalização de apoio de deputados do PSD, legenda que terá a quarta maior bancada da Câmara na próxima legislatura. O apoio dos parlamentares do PSD, porém, não deve ser formalizado por uma questão partidária.
“Tem um clima majoritário da bancada de apoio ao Bolsonaro, mas só a direção do partido pode falar sobre apoio formal”, disse o líder do PSD na Câmara, Domingos Neto (CE). Comandado pelo ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, o PSD ficou neutro no segundo turno das eleições presidenciais, mas a maioria dos integrantes do partido declarou apoio a Bolsonaro. Procurado ontem, o Kassab não se pronunciou até a conclusão desta edição.
Desde que iniciou a rodada de conversas com os partidos políticos, na semana passada, Bolsonaro conseguiu atrair apenas uma sigla para compor formalmente sua base aliada: o PR. Os partidos PSD, PSDB, PRB e Podemos sinalizaram apoio ao próximo governo após os encontros, mas preferiram permanecer independentes.
Como o presidente eleito não abriu um canal direto de negociações com as legendas e, a princípio, não deve conceder espaço no governo federal para as indicações políticas, a avaliação das lideranças partidárias é de que não faz sentido arcar com o ônus de eventuais erros da futura gestão.
No encontro com deputados do PSD, Bolsonaro disse aos participantes que não pode haver indicações políticas para cargos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele afirmou que o objetivo era evitar fraudes e erros na instituição.
Podemos. Em linha com o PSD, o Podemos sinalizou apoio ao futuro governo, mas disse que vai manter independência. “A posição oficial do partido é manter a independência, mas vai ajudar o governo”, anunciou a presidente da legenda, deputada Renata Abreu (SP).
O líder do Podemos na Câmara, Diego Garcia (PR), disse que haverá apoio “a tudo que é importante para o País”, mas o partido não aceitará “imposições” do governo.“Não seremos uma oposição burra, mas não vamos aceitar votações goela abaixo sendo impostas”, disse. “Não se troca mais cargos por apoio”, afirmou o senador José Medeiros (Podemos-MT), ressaltando que a sociedade “reprovou o fisiologismo” na última eleição.