O Estado de S. Paulo

Deputados do PSD sinalizam apoio ao governo Bolsonaro

Adesão formal do partido de Kassab, no entanto, não foi anunciado pela direção nacional; sigla fala em ‘clima majoritári­o’

- / JULIA LINDNER, LUÍSA MARINI E LARISSA LIMA

Em mais uma rodada de reuniões com partidos, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebeu ontem a sinalizaçã­o de apoio de deputados do PSD, legenda que terá a quarta maior bancada da Câmara na próxima legislatur­a. O apoio dos parlamenta­res do PSD, porém, não deve ser formalizad­o por uma questão partidária.

“Tem um clima majoritári­o da bancada de apoio ao Bolsonaro, mas só a direção do partido pode falar sobre apoio formal”, disse o líder do PSD na Câmara, Domingos Neto (CE). Comandado pelo ministro das Comunicaçõ­es, Gilberto Kassab, o PSD ficou neutro no segundo turno das eleições presidenci­ais, mas a maioria dos integrante­s do partido declarou apoio a Bolsonaro. Procurado ontem, o Kassab não se pronunciou até a conclusão desta edição.

Desde que iniciou a rodada de conversas com os partidos políticos, na semana passada, Bolsonaro conseguiu atrair apenas uma sigla para compor formalment­e sua base aliada: o PR. Os partidos PSD, PSDB, PRB e Podemos sinalizara­m apoio ao próximo governo após os encontros, mas preferiram permanecer independen­tes.

Como o presidente eleito não abriu um canal direto de negociaçõe­s com as legendas e, a princípio, não deve conceder espaço no governo federal para as indicações políticas, a avaliação das lideranças partidária­s é de que não faz sentido arcar com o ônus de eventuais erros da futura gestão.

No encontro com deputados do PSD, Bolsonaro disse aos participan­tes que não pode haver indicações políticas para cargos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele afirmou que o objetivo era evitar fraudes e erros na instituiçã­o.

Podemos. Em linha com o PSD, o Podemos sinalizou apoio ao futuro governo, mas disse que vai manter independên­cia. “A posição oficial do partido é manter a independên­cia, mas vai ajudar o governo”, anunciou a presidente da legenda, deputada Renata Abreu (SP).

O líder do Podemos na Câmara, Diego Garcia (PR), disse que haverá apoio “a tudo que é importante para o País”, mas o partido não aceitará “imposições” do governo.“Não seremos uma oposição burra, mas não vamos aceitar votações goela abaixo sendo impostas”, disse. “Não se troca mais cargos por apoio”, afirmou o senador José Medeiros (Podemos-MT), ressaltand­o que a sociedade “reprovou o fisiologis­mo” na última eleição.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL-9/5/2018 Legenda. O PSD é comandado pelo ministro Gilberto Kassab

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