O Estado de S. Paulo

Tucano escala equipe All Star

- Marcelo de Moraes

Aentrada de Henrique Meirelles na equipe do governador eleito de São Paulo, João Doria, foi o movimento principal para que o tucano fechasse seu secretaria­do em grande estilo. Ex-ministro da Fazenda do governo Temer e ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles acabou de disputar a eleição presidenci­al e traz mais peso ainda para um time repleto de ex-ministros.

Nada disso foi à toa. Com essas escolhas, Doria montou uma equipe com cara de ministério num ensaio para o movimento político que sonha fazer em 2022: disputar o Palácio do Planalto. Naturalmen­te, o governador não assume a intenção, até porque precisará reunir condições políticas para se viabilizar. “São Paulo tem um secretaria­do à altura da sua dimensão política e econômica”, diz Doria.

E a história recente mostra que, em quatro anos, o cenário pode mesmo mudar completame­nte. A prova disso é que, no fim de outubro de 2014, Dilma Rousseff e Aécio Neves disputavam acirradame­nte a eleição presidenci­al. Hoje, Dilma sofreu impeachmen­t e sequer conseguiu se eleger senadora por Minas, enquanto Aécio caiu em desgraça pelo envolvimen­to no escândalo com Joesley Batista.

No caso de São Paulo, não apenas escolheu seis secretário­s com passagem pelo ministério de Michel Temer. Ele também já fez acenos políticos para possíveis futuros partidos aliados, abrindo espaço na equipe para seus representa­ntes. O DEM aparece com o vice-governador eleito, Rodrigo Garcia. Gilberto Kassab, do PSD, ficará com a Casa Civil. Alexandre Baldy, do PP, será secretário de Transporte­s Metropolit­anos. Já Aildo Rodrigues, presidente municipal do PRB, comandará o Esporte.

A chegada de Henrique Meirelles potenciali­za também uma parceria com o MDB, podendo até envolver o ex-ministro em algum papel relevante. Doria está jogando o seu xadrez político e, até agora, movendo suas peças com inteligênc­ia.

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