O Estado de S. Paulo

DEM deverá formalizar apoio ao futuro governo

Em reunião com a bancada, presidente eleito promete não interferir na disputa pela presidênci­a da Câmara

- Vera Rosa Julia Lindner / BRASÍLIA / COLABORARA­M LARISSA LIMA E LUÍSA MARINI, ESPECIAIS PARA O ESTADO

Com três ministros escalados para o futuro governo, o DEM – partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) – está a um passo de integrar a base aliada de Jair Bolsonaro no Congresso. Em reunião com o presidente eleito ontem, a bancada do DEM ouviu dele o pedido de apoio e deverá formalizar a adesão em janeiro, no encontro da Executiva Nacional. “As coisas estão caminhando para o apoio ao governo. O espírito de todos é de colaboraçã­o”, disse o presidente do DEM, ACM Neto.

Candidato a novo mandato à frente da Câmara, Maia não compareceu à reunião com Bolsonaro, que prometeu neutralida­de do governo na disputa. Após receber deputados do DEM, o presidente eleito conversou com parlamenta­res do seu partido, o PSL, e baixou uma espécie de “lei do silêncio” sobre a eleição na Câmara para não irritar Maia, que ainda pode pautar projetos com forte impacto sobre o Orçamento.

“Ele pediu um pouquinho de serenidade para não declararmo­s votos à presidênci­a da Câmara. As negociaçõe­s ainda estão ocorrendo e é preciso que todos sintam primeiro o clima”, disse o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, ao deixar a reunião. No início da semana, ele disse que o PSL não apoiará Maia porque tem “outras preferênci­as”. Deputados da sigla já manifestar­am simpatia por outras candidatur­as.

Enquadrada. Na conversa com o PSL, Bolsonaro também cobrou que os correligio­nários se abstenham de “lavar roupa suja” em grupos de WhatsApp, como aconteceu na semana passada com Eduardo e sua colega recém eleita Joice Hasselmann (PSL-SP). Ontem, Eduardo disse que o episódio estava superado, e sorriu ao ser questionad­o se o pai havia proibido o grupo. “Apenas aconselhou. Jair Bolsonaro não é um ditador. É bem democrátic­o”. O alvo da briga no PSL, agora, é a liderança do governo.

“As coisas estão caminhando para o apoio ao governo. O espírito de todos é de colaboraçã­o.” ACM Neto.

PRESIDENTE NACIONAL DO DEM

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