Fachin autoriza MP-SP a usar inquérito do MDB contra Alckmin
Serão compartilhadas mensagens que, segundo investigadores, mostram indícios de pagamentos de caixa 2 em São Paulo
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o compartilhamento do teor de mensagens telefônicas para auxiliar o Ministério Público de São Paulo em ação de improbidade administrativa contra o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Os dados estão anexados em inquérito que investiga o presidente Michel Temer, que trata de suposto repasse de R$ 14 milhões da Odebrecht para a cúpula do MDB.
As mensagens, segundo a Polícia Federal, identificam “local e portador para o recebimento de, pelo menos, dois dos supostos pagamentos de verbas não declaradas à Justiça Eleitoral” pela Odebrecht que seriam destinadas à campanha à reeleição de Alckmin, em 2014. Segundo Fachin, a pertinência do compartilhamento “está bem evidenciada”.
O inquérito contra Alckmin, que concorreu à Presidência da República neste ano e saiu derrotado no primeiro turno, tramita na 9.ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do Estado de São Paulo, e
“É possível cuidar das contas com responsabilidade e focar naquilo que é prioritário para a população e produzir resultados.” Paulo Hartung
GOVERNADOR DO ESPÍRITO SANTO
investiga suposto ato de improbidade administrativa praticado durante as campanhas de 2010 e 2014.
Ao STF, o MP estadual afirmou que Edgard Augusto Venâncio, gerente de operações da Transnacional Transporte de Valores, relatou em depoimento “várias retiradas de valores em endereços situadas na capital paulistana”. Os dados sobre os encontros, no entanto, teriam sido apagados, sendo importante, por isso, o compartilhamento de mensagens via Skype fornecidas por Venâncio, na parte que trata de “possíveis pagamentos a pessoas ligadas a Geraldo Alckmin”.
“No disco rígido do notebook foi possível verificar documentos referentes à rotina operacional da empresa”, relatou a Procuradoria-Geral da República. A reportagem procurou a assessoria do ex-governador mas não obteve resposta.