Ex-advogado de Trump pega 3 anos de prisão
Cohen é o primeiro colaborador do presidente condenado; ele tem até março para se entregar
O ex-advogado de Donald Trump Michael Cohen foi sentenciado ontem a 3 anos de prisão por crimes que envolvem o presidente, o mais conhecido deles é a compra do silêncio de duas mulheres que disseram ter tido casos com o magnata.
A sentença encerra uma queda surpreendente do advogado, de 52 anos, que esperava trabalhar com Trump na Casa Branca, mas acabou se convertendo em figura central no inquérito contra o presidente. Em agosto, Cohen se declarou culpado de ter violado a lei eleitoral a pedido do presidente. Ele admitiu ter feito pagamentos ilegais para a atriz pornô Stormy Daniels e para a ex-modelo da Playboy Karen McDougal, para que elas não revelassem, durante a campanha eleitoral de 2016, terem mantido casos com Trump.
A promotoria tinha solicitado entre 51 e 63 meses de cadeia, mas a corte optou por 36 meses. Cohen, que foi ao tribunal acompanhado da família, se declarou culpado de oito crimes de evasão de impostos, falsas declarações a um banco e violações da lei de financiamento de campanhas eleitorais. O advogado de Cohen afirmou à Justiça que o trabalho de seu cliente era “encobrir atos sujos” de Trump.
O juiz William Pauley II também sentenciou o colaborador de Trump, o primeiro a ser condenado à prisão, a pagar uma multa de US$ 500 mil, além de outro US$ 1,4 milhão por violar a lei de financiamento de campanha. Cohen terá até 6 de março para se apresentar às autoridades e ingressar na prisão.
Diante do juiz, Cohen assumiu “sua responsabilidade por todos os atos”, incluindo os que envolvem o presidente. Antes de ler a sentença, o juiz ressaltou que, como advogado, Cohen deveria saber o que estava fazendo e comentou que ele prosperou na carreira ao obter acesso a pessoas “ricas e poderosas” até que se tornou uma delas.