O Estado de S. Paulo

Justiça anula a PPP da iluminação de São Paulo

Nova licitação tem prazo de 60 dias, mas Bruno Covas já cogita reformular processo

- Bruno Ribeiro

A Justiça decidiu anular a licitação de uma parceria público-privada (PPP) para a troca da iluminação pública na capital paulista. O contrato da Prefeitura com uma empresa terceiriza­da, estimado em R$ 7 bilhões, previa trocar as lâmpadas por luminárias de LED. Na decisão, da 1.ª Câmara de Direito Público, ficou determinad­o ao Município que faça uma nova licitação em 60 dias. Mas o prefeito Bruno Covas (PSDB) cogita reformular o processo e abrir mão da PPP.

A Justiça acatou apelação do consórcio Walks, que tem entre os sócios a WTorre, desclassif­icada do processo licitatóri­o em 2017 após entendimen­to, por parte da então gestão João Doria (PSDB), que uma das empresas integrante­s do grupo não tinha condições de participar do certame. Esta havia sido classifica­da como inidônea pela Controlado­ria-Geral da União (CGU), por envolvimen­to nas ilegalidad­es apuradas pela Operação Lava Jato.

O Walks disputava o processo contra o consórcio liderado pela empresa FM Rodrigues,

que atualmente já faz a manutenção da iluminação pública. A Prefeitura havia decidido manter a manutenção sob responsabi­lidade dessa, enquanto a questão judicial não era resolvida. O processo da PPP foi iniciado ainda na gestão Fernando Haddad (PT), mas ficou parado quase dois anos por ações da Justiça e do Tribunal de Contas do Município (TCM). A questão ultrapasso­u o governo petista e só foi finalizada na gestão Doria, que desde a campanha dizia que terminaria o processo sem alterações significat­ivas no edital, o que acabou acontecend­o.

Agora, Bruno Covas afirma que vai “analisar todos os dados dessa decisão, até porque uma nova licitação em dois meses é muito difícil. se você seguir todos os prazos da legislação”. Covas disse que a anulação “é uma grande perda para a população”, uma vez que a cidade fica “arrastando essa discussão”.

“Agora, é verificar uma nova modelagem, verificar uma nova forma de a gente poder avançar o mais rápido possível”, disse o prefeito. “Então, provavelme­nte, agora a gente deve se debruçar com o secretário de Subprefeit­uras, Alexandre Modonezi, responsáve­l pelo Ilume, para soltar novo edital o mais breve possível.” O Estado tentou, mas não conseguiu contato ontem com os consórcios Walks e FM Rodrigues.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO-7/10/2014 Prefeitura. Contato com empresa terceiriza­da, estimado em R$ 7 bilhões, previa trocar lâmpadas por luminárias de LED

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