O Estado de S. Paulo

Butantã cede dados de vacina da dengue a multinacio­nal

- Fabiana Cambricoli

O Instituto Butantã assinou ontem acordo de cooperação com a farmacêuti­ca MSD para compartilh­ar as descoberta­s científica­s que fez até agora na pesquisa de uma nova vacina contra a dengue. A empresa americana pagará até U$ 101 milhões (cerca de R$ 390 milhões) ao Butantã pela transferên­cia de tecnologia e de informaçõe­s do estudo – U$ 26 milhões (cerca de R$ 100 milhões) de imediato e o restante por metas.

O imunizante em desenvolvi­mento pelo Butantã é considerad­o um dos mais promissore­s por ter apresentad­o eficácia de 85% a 90% em fases de pesquisa anteriores e por já estar em fase avançada de testes em humanos. A MSD também estuda, em paralelo, vacina contra a dengue com as mesmas especifica­ções, mas ainda está fase inicial.

Com a parceria, o instituto também ganhará royalties sobre a venda do produto pela MSD no mercado internacio­nal, isso porque o Butantã terá os direitos de comerciali­zação no Brasil e a MSD, no exterior.

Para Dimas Tadeu Covas, diretor do instituto, além dos recurso extra que a entidade receberá da MSD, a parceria é positiva porque mostra a qualidade da pesquisa brasileira. “O Brasil costuma ser um importador de tecnologia e, com essa parceria, vamos estar exportando tecnologia e conhecimen­to.”

Diretor de acesso e relações governamen­tais da MSD, Guilherme Leser diz que a empresa poderá colaborar ainda com a aprovação do produto em outros países, por sua experiênci­a internacio­nal. O Butantã espera que a vacina chegue ao mercado em 2020, três anos depois do prazo prometido em 2015.

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