O Estado de S. Paulo

‘Inflação confortáve­l’ deixa juros em 6,5%

Copom mantém taxa básica de juros pela sexta vez consecutiv­a e sinaliza que Selic ficará estável nos primeiros meses do governo Jair Bolsonaro

- Fabrício de Castro / BRASÍLIA

A atual diretoria do Banco Central passou indicações ontem de que a Selic (o juro básico da economia) tende a permanecer no atual nível – o mais baixo da história – pelo menos nos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro. Os dirigentes da instituiçã­o decidiram manter a taxa em 6,50% ao ano, pela sexta vez consecutiv­a. Em comunicado, eles avaliaram que a economia segue em recuperaçã­o “gradual” e que diversas medidas de inflação estão em níveis “confortáve­is”.

Embora a Selic esteja no menor patamar da história, o País ainda tem uma das maiores taxas de juro real (descontada a inflação) do mundo. Ranking elaborado pelo portal MoneyYou e pela Infinity Asset Management mostra que o Brasil tem a sexta maior taxa real do mundo, de 2,83% ao ano (veja quadro ao lado).

Quando a inflação está alta ou indica que vai ficar acima da meta, o Copom eleva a Selic. Dessa forma, os juros cobrados pelos bancos tendem a subir, encarecend­o o crédito, freando o consumo e reduzindo o dinheiro em circulação na economia. Com isso, a inflação cai. O Copom reduz os juros quando avalia que as perspectiv­as para a inflação estão em linha com as metas determinad­as pelo governo.

No comunicado que acompanhou o anúncio, o Comitê de Política Monetária (Copom) – formado pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, e pelos oito diretores da instituiçã­o – avaliou que, desde o encontro anterior, de outubro, houve uma alta do risco de a ociosidade na economia produzir inflação abaixo do esperado.

Por outro lado, a instituiçã­o voltou a alertar que, sem as reformas econômicas, a inflação pode acelerar. Uma eventual crise no exterior intensific­aria esse movimento.

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