Mercado de computação gráfica cresce e puxa escolas do setor
Cursos de efeitos visuais são oferecidos há pelo menos 15 anos em SP; Gracom abre franquias e chega a 26 unidades
O mercado de games cresceu e, junto com ele, expandiu-se também o mercado das escolas que oferecem cursos para quem quer criar games e outros projetos ligados à computação gráfica. O Brasil é hoje o principal mercado de games da América Latina, ficando em 13.º lugar no ranking global, segundo levantamento da Newzoo, consultoria especializada em jogos. Essa relevância fez o número de vagas para profissionais da área subir 73% de 2015 a 2018, de acordo com pesquisa da plataforma de empregos Indeed.
A Comic Con, evento de games e quadrinhos cuja quinta edição foi realizada em São Paulo, na semana passada, é exemplo da força do setor: teve recorde de público neste ano, com 262 mil pessoas, e movimentou cerca de R$ 50 milhões em negócios durante quatro dias.
De olho nesse mercado, foram abertas em São Paulo, nos últimos dois anos, a Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac) e a Axis School of Visual Effects. Na Ebac, na Vila Madalena, o foco é a graduação, em um curso que dura quatro anos. Mas há também cursos com período de cinco meses, como o de fundamentos de animação, efeitos visuais e games, que custa ao aluno seis parcelas de R$ 1.430.
No caso da Axis, que oferece na Avenida Paulista cursos variados com média de 30 horas de duração, a empresa-mãe é uma das pioneiras do mercado, a Saga. Depois de abrir sua primeira unidade na capital paulista em 2003, na Lapa, hoje a Saga tem 13 unidades pelo País, onde oferece cursos de duração de dois anos. Entre as unidades, apenas duas são franquias, abertas a partir de 2015.
Expansão. Criada depois da Saga, em 2008, a Gracom School of Visual Effects investiu num processo de expansão mais acelerado do que a concorrente. Em 2011, adotou o modelo de franquias e hoje tem 26 unidades em todas as regiões do País. É considerada a primeira rede brasileira de franquias no universo das escolas de efeitos visuais. Quer fechar este ano com 30 unidades.
“A dificuldade era fazer com que as pessoas entendessem que computação gráfica. Me perguntavam onde iriam trabalhar depois.” Diego Monteiro
FUNDADOR
DA GRACOM
Entre elas, ao menos dez escolas estão no Nordeste, o que é explicado pela própria origem da Gracom. O sócio-fundador Diego Monteiro conta que enxergou a viabilidade do negócio em 2008 durante um evento de animes (desenhos animados japoneses) no Rio, mas se mudou para Feira de Santana (BA), a cerca de 100 km de Salvador, para começar numa região mais barata que o Sudeste. Ele juntou R$ 30 mil do próprio bolso e R$ 190 mil de um investidor.
“A dificuldade era fazer com que as pessoas entendessem que computação gráfica é um investimento que gera retorno financeiro. Me perguntavam onde iriam trabalhar depois que fizessem o curso, mas o mercado cresceu e nós crescemos com ele”, conta Monteiro.
Com os cursos, que duram em média dois anos, o empresário espera para 2018 crescimento de 15% em relação a 2017. O faturamento do grupo, que possui outras três empresas no portfólio, deve ser de R$ 30 milhões. Para quem quer ter o modelo de franquia da Gracom, o investimento inicial é de R$ 310 mil, com espaço físico de 300 m² a 400 m². Monteiro estima retorno financeiro em 14 meses para o empreendedor, e uma taxa de empregabilidade de 75% dos alunos no mercado.