‘Irma Vap’ entra no trem fantasma
OMistério de Irma Vap, quem diria, acabou no trem fantasma de um parque de diversões. A nova versão da peça de Charles Ludlam chega em 12 de abril ao Teatro Porto Seguro pelas mãos do diretor Jorge Farjalla (ao centro, na foto). A peça, que ficou conhecida por criar uma gincana de troca de roupas dos atores, passou agora por uma revisão na forma de ser encenada. “Meu foco é o texto e a maneira de atuar dos nossos dois atores; o texto traz a comicidade e os atores são os condutores”, diz Farjalla, referindo-se à nova dupla, Luis Miranda e Mateus Solano. “As trocas de roupas acontecerão diante do público, isso não pode ser um mistério.” Farjalla não assistiu às montagens anteriores. TERROR INSPIRA Farjalla mira uma peça instigante para tirar o teatro do marasmo atual, como o vê. Quer levar para o palco o frisson de filmes e clipes de terror dos anos 80, como Thriller, de Michael Jackson, dirigido pelo cineasta John Landis em 1983, coalhado de mortosvivos, sucesso garantido. É dele também Um Lobisomem, Americano em Londres. O encenador cita ainda Pague para Entrar e Reze para Sair, de Tobe Hooper, que também dirigiu a primeira versão de Poltergeist (1982) – todos diretores criados à sombra da série norte-americana Twilight Zone.
SONHO E OBSESSÃO A primeira montagem de Irma Vap estreou em 1987 e ficou mais de dez anos em cartaz com Marco Nanini e Ney Latorraca, dirigidos por Marília Pêra – houve uma segunda versão, dirigida também por Marília, com Cássio Scapin e Marcelo Médici. A peça é sonho e obsessão da fotógrafa Priscila Prade, que produziu essa terceira versão da peça, com Marco Griese, e a anterior.
FOLIA BRECHTIANA Mas nem tudo é terror; o teatro é cantoria e distanciamento dialético. Neste sábado e domingo, 15 e 16, o Galpão Folias apresenta Canções de Guerra e Poesia – As Estrelas Estarão Sempre Lá, Sr. Brecht?, com direção da cantora Cida Moreira. É parte de uma série de intervenções e peças realizadas a partir da obra do dramaturgo e diretor alemão Bertolt Brecht. No elenco estão artistas do Folias D’Arte: Alex Rocha, Clarissa Moser, Lui Seixas, Marcella Vicentini, Marcellus Beghelle, Nani de Oliveira, Suzana Aragão e Vivian Salva (foto ao lado). Esta é a quarta intervenção do projeto no teatro de Santa Cecília, um dos poucos a estimular os moradores do bairro com descontos nos ingressos de peças, filmes, cursos e debates realizados ali.
PORTUGA NA FITA O dramaturgo português Ricardo Cabaça chegou a São Paulo esta semana para o lançamento de seu livro com três peças: Gaia, Corpo Futuro e Dix (Edições Primata). Será domingo, 16, às 20 horas no Parlapatões, na Praça Roosevelt. Leitura dramática inclusa com o ator Bruno Perillo e a atriz Lavínia Pannunzio.