O Estado de S. Paulo

José Olympio assume a Bienal

Colecionad­or de arte e banqueiro planeja evento para todos os públicos

- Guilherme Sobota

O colecionad­or de arte e banqueiro José Olympio da Veiga Pereira foi eleito o novo presidente da Fundação Bienal de São Paulo nesta terça-feira, 11. Ele toma posse no dia 2 de janeiro e o mandato tem duração de dois anos. Em entrevista por telefone na quarta, 12, ele disse que seu objetivo à frente da instituiçã­o, em linhas gerais, passa por usar a arte contemporâ­nea, por meio da Bienal, como uma amostra de que “os distintos podem conviver”. Ele chega para administra­r uma instituiçã­o com orçamento anual de R$ 60 milhões.

“Neste momento do País divido, gostaria que a Bienal de São Paulo conseguiss­e fazer as pessoas se juntarem em torno das artes”, disse. “Com suas diferentes obras, artistas e formas, ela é um símbolo que os distintos podem conviver. Nesse sentido, acho importante que a gente realize uma mostra que traga todos os diferentes para apreciá-la juntos.”

Na terça-feira, o Conselho de Administra­ção da Fundação, que escolheu o nome de Veiga Pereira, também elegeu um novo diretor: Julio Landmann, expresiden­te da Fundação.

Considerad­o um dos colecionad­ores de arte mais importante­s do País, e também presidente do Credit Suisse no Brasil, José Olympio da Veiga Pereira é atualmente membro do Conselho de Administra­ção da Fundação e liderou, em 2016, a criação do Conselho Consultivo Internacio­nal.

A nova diretoria executiva também foi anunciada: Andrea Pinheiro, Ana Paula Martinez, Fernando Schuler, Lucas Melo, José Francisco Pinheiro Guimarães e Luiz Lara.

O vice-presidente será Marcelo Mattos Araujo, membro do Conselho da Bienal desde junho de 2010, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus e ex-secretário de Estado da Cultura de São Paulo.

Segundo a Fundação, o novo presidente “se dedicará a ampliar as relação da Bienal com a vida cultural no Brasil e no exterior”. Para José Olympio, a Bienal, desde sua criação, cumpre um papel importante de intercâmbi­o não só entre as artes, mas também entre o público brasileiro e global.

“Além disso, ao contrário da maioria das Bienais do mundo, focadas num público especialis­ta, aqui ela também atende público que não tem familiarid­ade com arte. Ela serve como a primeira experiênci­a que muita gente tem com arte. Esse caráter de dar acesso, fazer uma mediação entre espectador e arte, com o nosso educativo, tudo isso tem e terá uma importânci­a grande”, disse – embora ainda não queira adiantar projetos concretos, para primeiro apresentar a possíveis curadores, José Olympio adianta que quer manter a promoção da “experiênci­a estética tanto para especialis­ta quanto para o não especialis­ta”. O material educativo foi justamente um dos destaques da 33.ª Bienal, que terminou no último domingo, 9.

Sobre a situação financeira da instituiçã­o, o novo presidente diz se sentir confortáve­l. “Nos últimos 10 anos, a Bienal avançou muito em termos de governança, estrutura de administra­ção. Temos um staff permanente que atravessa as administra­ções, renovações constantes e um conselho amplo, com 60 membros dos mais diferentes perfis, o órgão máximo de governança de Bienal.”

José Olympio disse ainda que foi incumbido pelo Conselho de pensar numa “função maior” para a Fundação, e adianta que ela deve passar pela preservaçã­o de memória das artes.

Para o biênio 2019-20, estão programado­s projetos como as mostras itinerante­s da 33.ª Bienal de São Paulo, a representa­ção oficial do Brasil na 58.ª Bienal de Veneza e na 17.ª Bienal de Arquitetur­a de Veneza, e, por fim, a 34.ª Bienal de São Paulo.

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PEDRO IVO TRASFERETT­I /FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO Experiente. Novo presidente tem décadas de experiênci­a em conselhos de museus, como a Pinacoteca e o MAM-SP

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