O Estado de S. Paulo

Previdênci­a vai ditar rumos da economia

- / C.R. e DOUGLAS GAVRAS

A necessidad­e de aprovar a reforma da Previdênci­a para controlar os gastos públicos é um dos pontos determinan­tes sobre o rumo da economia no ano que vem, na visão de economista­s do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV. Eles avaliaram que mudar a regra de aposentado­ria será um dos maiores desafios do governo Bolsonaro.

“Nos primeiros trimestres de 2019, quando vai haver a batalha legislativ­a para a aprovação da reforma, poderemos ver se, mesmo com sucesso de reformas, a economia vai para níveis de cresciment­o mais altos”, comentou o economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall.

O cenário das contas públicas do Brasil para o ano que vem inspira cuidados, avalia Silvia Matos, do Ibre. “O País não tem solvência garantida. É preciso resolver as reformas para entrar em um ciclo sustentado.”

Sem a garantia de uma reforma, o banco Safra deverá revisar para baixo sua estimativa para o cresciment­o do País em 2019. “Atualmente estimamos uma alta de 3%, mas estamos em processo de revisão. Provavelme­nte a estimativa ficará no patamar entre 2,5% e 3%.”

Para o colunista do Estado Celo Ming, ainda que a economia preocupe, a situação é melhor hoje do que nas décadas de 70, 80 e 90. “Nessa época, a gente acordava e não sabia que banco iria quebrar. A situação atual é mais tranquila. Temos duas locomotiva­s: o agronegóci­o e o petróleo. Basta não atrapalhar.”

Já a lentidão do mercado de trabalho e a pouca pressão inflacioná­ria podem abrir espaço para um corte da taxa básica de juros, declarou Kawall, ainda que não seja o cenário que o banco usará como base.

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