Perua Volvo V60 é opção interessante aos SUVs de luxo
Com motor 2.0 turbo de 254 cv, modelo tem espaço compatível ao de utilitários e preço sugerido de R$ 199.950
Motor valente, cabine ampla para levar a família e um porta-malas de respeito. Para quem tem essas necessidades, é comum pensar em recorrer ao segmento de SUVs. Uma perua também é capaz de cumprir esses requisitos, mas hoje tem de rebolar um bocado para fisgar a atenção do cliente.
A Volvo V60 não foge a essa regra. Em pré-venda no Brasil desde junho, a segunda geração da perua média enfrenta um fogo amigo dos mais pesados. Afinal, disputa espaço até dentro de casa com o XC60, um dos SUVs mais vendidos do segmento premium. Sabendo disso, a Volvo fixou em R$ 199.950 a tabela do modelo, que está sendo oferecido apenas na versão Momentum, com motor 2.0 turbo de 254 cv.
A título de comparação, o XC60 Momentum, que tem o mesmo motor e conteúdo parecido, sai a R$ 254.950, uma diferença de expressivos R$ 55 mil. Seu irmão menor, o XC40, é oferecido na versão Momentum pelo mesmo valor pedido pela perua. Mas o apelo mais descolado do SUV compacto não é suficiente para compensar o espaço interno bastante limitado. Nesse aspecto, aliás, a V60 se sai muito bem.
Construída sobre a plataforma SPA, a mesma do XC60, a nova perua ficou 12 cm mais longa, o entre-eixos cresceu 10 cm e a capacidade do porta-malas aumentou em 99 litros, para 529 litros. O resultado é uma cabine que não faz feio em conforto a nenhum SUV. Quatro pessoas viajam com muita folga. Um quinto ocupante terá alguma dificuldade em acomodar as pernas, por causa do duto central elevado no assoalho.
O interior segue o estilo do XC60 e do XC90, com instrumentos virtuais, uma grande tela vertical no centro do painel e revestimentos de couro em tons creme, caramelo, marrom ou preto. O visual é o mesmo do catálogo superior, Inscription, oferecido na Europa.
É no pacote de equipamentos, porém, que se notam as diferenças da opção Momentum, mais simples. Foram mantidos alguns recursos tecnológicos e de segurança que são diferenciais da marca. É o caso do sistema
de condução semiautônoma batizado de Pilot Assist, que atua a até 130 km/h, da frenagem automática de emergência e do controle de velocidade de cruzeiro adaptativo. Há ainda ar-condicionado digital de duas zonas, ajuste elétrico para os bancos dianteiros, faróis e lanternas de LEDs, air bags frontais, laterais e de cortina e controles de estabilidade e tração.
Por outro lado, a versão de entrada perdeu itens como teto solar, head up display, comandos do ar-condicionado independentes para o banco traseiro e câmera de 360 graus. Na hora da baliza, o jeito é se contentar com o sensor de obstáculos, já que não há sequer câmera traseira, o que causa certa dificuldade em um veículo desse porte.
Disposição e suavidade.
O trem de força da V60 vendida no Brasil também é diferente daquele encontrado na versão de topo. Enquanto na Inscription o motor Drive-E 2.0 turbo de
quatro cilindros gera 310 cv de potência, na opção Momentum são 254 cv. O câmbio é o mesmo automático de oito marchas, mas sem aletas para trocas manuais.
Mesmo com 56 cv a menos, a perua não decepciona. Ainda que o motor não “sobre”, tampouco nega fogo quando provocado. O torque de 35,7 mkgf surge às 1.500 rpm, proporcionando agilidade nas saídas, sem a necessidade de elevar demais a rotação.
Em rodovias, é preciso ativar o controle de velocidade de cruzeiro para evitar que o limite da via seja ultrapassado. O rodar é macio em todas as situações, graças ao acerto confortável da suspensão.
A perua feita na Bélgica vai de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos e chega aos 235 km/h. Há três modos de condução – Eco, Comfort e Dynamic –, que deixam o comportamento da perua ora voltado à eficiência, ora à esportividade.
A meta da Volvo é vender entre 130 e 150 unidades da V60 por ano no Brasil. Se a perua for bem recebida pelo mercado, a marca poderá trazer também sua irmã maior, a V90. Outra possibilidade é a V60 híbrida – a marca já oferece no País essas versões para o sedã S90 e os utilitários XC60 e XC90.