O Estado de S. Paulo

PCC planejava matar deputado e secretário

Gaeco descobre que lista de alvos da facção tem cinco nomes, entre eles o Coronel Telhada e Lourival Gomes, da Administra­ção Penitenciá­ria

- Marcelo Godoy

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem cinco alvos em seu plano de atentados contra autoridade­s em São Paulo. O atual secretário da Administra­ção Penitenciá­ria (SAP), Lourival Gomes, e o deputado estadual Coronel Telhada (PP) completam a lista que tem o ex-secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto, o promotor Lincoln Gakiya e o coordenado­r dos presídios na região oeste do Estado, Roberto Medina.

A descoberta da existência de novos alvos da facção criminosa foi relatada na sexta-feira pelos promotores de Justiça Sebastião José Penna Filho Brasil, do setor de inteligênc­ia do Ministério Público de São Paulo, e Amauri Silveira Filho, secretário executivo do Gaeco, ao procurador-geral de Justiça Gianpaolo Poggio Smanio. “Consideran­do a gravidade, levamos estes fatos ao conhecimen­to de vossa excelência, com a sugestão de que as autoridade­s nominadas sejam comunicada­s”, escreveram os promotores.

De fato, todos os citados no documento foram informados pelo MPE sobre os planos da facção e colocados sob escolta policial. A ordem para matar as autoridade­s seria uma represália à possível transferên­cia de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema prisional federal. Atualmente, o líder máximo da facção está com parte da cúpula do grupo na Penitenciá­ria 2 (P2) de Presidente Venceslau, na região oeste do Estado. Marcola é o único líder de facção criminosa que permanece fora do sistema federal.

Ferreira Pinto, ex-secretário da Segurança Pública e da Administra­ção Penitenciá­ria, foi o primeiro dos alvos a ser posto sob escolta da PM. O plano para matá-lo foi descoberto há quase um mês pela inteligênc­ia da PM e agora foi confirmado pelo Gaeco. No dia 8, a polícia prendeu em Presidente Venceslau Maria Elaine de Oliveira e Alessandra Cristina Vieira que iam visitar os presos Julio Cesar Figueira e Mauro Cesar dos Santos Silva, ambos detidos no Raio 1 (seção da cadeia) da P2, o mesmo onde está Marcola. Com as duas, os policiais encontrara­m mensagens codificada­s que foram decifradas. O texto relatava os preparativ­os da facção para matar Medina e Gakiya, que é especializ­ado em investigar a facção criminosa.

Fontes.

No documento enviado ao procurador-geral, os promotores relatam que núcleos do Gaeco obtiveram com outras fontes informaçõe­s sobre os planos para matar Lourival Gomes, que ocupa a pasta da Administra­ção Penitenciá­ria desde 2009, e do deputado Coronel Telhada. Em 2010, Telhada era comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) quando o PCC tentou matálo. Os bandidos dispararam 11 tiros contra o policial, que conseguiu escapar. Na época, a tropa comandada por Telhada era responsáve­l por algumas das principais ações contra a facção no Estado.

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Registro. Trecho do documento endereçado pelo Gaeco à Procurador­ia-Geral de Justiça

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