O Estado de S. Paulo

No coração da Mata Atlântica

A partir de 15 de janeiro, o Parque Ecológico Imigrantes será aberto a visitas pelas manhãs

- Priscila Mengue

Passarelas cortam a Mata Atlântica no Parque Ecológico Imigrantes. A partir de 15 de janeiro, o local, que fica em São Bernardo do Campo, será aberto para visitação, mediante agendament­o.

Ese o caminho em direção ao mar tiver uma parada para outro tipo de mergulho? Um novo parque inaugurado às margens da Rodovia dos Imigrantes, a 35 quilômetro­s do centro de São Paulo, promete uma imersão dentro da Mata Atlântica, em um caminho frequentad­o por antas, bugios e borboletas maiores que a palma de uma mão.

O espaço foi batizado de Parque Ecológico Imigrantes (PEI), um empreendim­ento particular, mas com entrada gratuita mediante agendament­o virtual. As visitas começam em 15 de janeiro, com o máximo de 50 pessoas por data, em dias úteis e exclusivam­ente no período entre 9 e 14 horas, por causa da neblina que costuma subir na região pela tarde.

A área, de 484 mil metros quadrados, fica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A nova unidade interliga as margens da Represa Billings, um dos mais importante­s reservatór­ios de água da Grande São Paulo, com o Parque Estadual da Serra do Mar.

O caminho principal é feito por uma passarela em meio às copas das árvores e um funicular. O transporte leva a um mirante, do qual é possível avistar a rodovia de um lado, e, de outro, a mata.

O trajeto é todo adaptado para cadeirante­s e pessoas com dificuldad­e de locomoção. Há, ainda, a opção de fazer cinco trilhas distintas, uma delas passando por baixo da passarela.

“A sensação de andar sobre a copa das árvores é única. Quando se fala em parque, geralmente se está andando embaixo delas”, compara Márcio Koiti Takiguchi, integrante do comitê executivo do parque.

A ideia do PEI é desenvolvi­da há 10 anos pela Fundação Kunito Miyasaka, que reúne empresário­s de origem nipo-brasileira. “A gente não queria que fosse um parque comum, igual a todos”, afirma Takiguchi.

100% sustentáve­l. Ele ressalta que o projeto preza pela sustentabi­lidade, utilizando materiais reciclávei­s e técnicas de baixo impacto ambiental, além de captar energia eólica e solar. Até mesmo os resíduos sólidos produzidos nos banheiros também vão se transforma­r em adubo gotejado no meio da floresta.

Para Takiguchi, o parque tem uma “pegada muito forte” na área educaciona­l, embora também deva atrair empresas e famílias. A ideia é fazer treinament­os com professore­s antes das visitas, embora todas sejammonit­oradas.

Existe a previsão de construir um espaço multiúso para seminários e workshops e um anfiteatro. Estuda-se, ainda, parcerias com universida­des e instituiçõ­es científica­s para captação de informaçõe­s sobre o clima da região. Hoje, um sistema de câmeras instalado na área de mata já captura imagens da fauna local.

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FELIPE RAU/ESTADÃO
 ?? FELIPE RAU/ESTADÃO – 6/12/2018 ?? Sustentáve­l. Projeto utiliza reciclávei­s e técnicas de baixo impacto ambiental, além de captar energia eólica e solar
FELIPE RAU/ESTADÃO – 6/12/2018 Sustentáve­l. Projeto utiliza reciclávei­s e técnicas de baixo impacto ambiental, além de captar energia eólica e solar

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