O Estado de S. Paulo

Após CNJ, benefício deve passar por nova análise do Congresso

Projeto de lei sobre o teto salarial dos servidores públicos prevê novas restrição ao pagamento da vantagem

- / A.P.

Após enfrentar a regulament­ação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o auxílio-moradia ainda deve passar pelo crivo do Congresso Nacional. O parecer do projeto de lei que regulament­a o teto salarial dos servidores públicos prevê a restrição do pagamento do benefício, impondo regras como estar em localidade diversa do domicílio legal, não ter morado na cidade nos últimos 12 meses e não conviver com pessoa que receba o benefício ou tenha imóvel funcional. As medidas estão no relatório do deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), relator do projeto, divulgado em junho.

Por meio dele, no entanto, não há chance de o benefício ser extinto, afirmou Bueno. “A comissão especial trata do teto remunerató­rio, não trata de acabar ou instituir qualquer tipo de benefício, então não pode acabar com o auxílio-moradia.” O projeto, atualmente na comissão especial, ainda não está pronto para ir ao plenário.

Bueno, que disse estar empenhado para que ele seja votado no próximo ano, afirmou que o Congresso Nacional deve resolver logo a questão, para “restabelec­er o protagonis­mo” do Legislativ­o em torno do tema. “E não deixar que o Poder Judiciário, ou quem quer que seja, faça a legislação ao seu bel sabor.”

Supremo. Presidente da Associação Nacional dos Magistrado­s da Justiça do Trabalho (Anamatra) e coordenado­r da Frente Associativ­a da Magistratu­ra e do Ministério Público (Frentas), Guilherme Feliciano disse entender que, em relação aos magistrado­s, seria responsabi­lidade do Supremo Tribunal Federal (STF) enviar um projeto de lei ao Congresso, já que os juízes respondem às regras previstas pela Lei Orgânica da Magistratu­ra (Loman). “E não foi esse o caso (no projeto de lei relatado por Bueno), a iniciativa não foi do STF, mas do Parlamento”, afirmou Feliciano.

O presidente da Anamatra, no entanto, destaca que é uma diferença técnica, já que uma iniciativa do STF poderia sugerir as mesmas medidas que estão sendo discutidas no PL do teto remunerató­rio. “De todo modo, acho que deve ter uma regulament­ação uniforme para o caso. O ideal seria isso, que as regras fossem iguais para todos.”

“A comissão especial trata do teto remunerató­rio, não trata de acabar ou instituir qualquer tipo de benefício, então não pode acabar com o auxílio-moradia.” Rubens Bueno DEPUTADO FEDERAL

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