O Estado de S. Paulo

Contratos de publicidad­e são principal alvo da equipe

Firmados em 2017, eles somam R$ 260 milhões e foram prorrogado­s; verificaçã­o também atinge Saúde e Educação

- BRASÍLIA / L. N. e T.M.

A equipe de transição que avalia os contratos firmados ao longo deste ano e aditivos com vigência até julho de 2019 na Secretaria de Comunicaçã­o (Secom) da Presidênci­a tem mirado especialme­nte os de publicidad­e. Na Secom, ligada ao Palácio do Planalto, a equipe de Jair Bolsonaro avalia detalhes dos contratos firmados ainda em 2017 com as agências de publicidad­e Artplan, Calia Y2 e PPR. Juntos têm previsão de um gasto de R$ 260 milhões neste ano.

Um aditivo acordado em agosto último prorrogou os contratos até o mesmo mês de 2019. Pela meta de Bolsonaro de priorizar a comunicaçã­o nas redes sociais, as negociaçõe­s com agências de publicidad­e deverão passar por mudanças. O grupo, no entanto, está no momento mais focado em uma série de contratos na faixa de R$ 400 mil a R$ 500 mil para serviços de secretária­s, realização de palestras e conferênci­as e produção de relatórios, considerad­os “dispensáve­is”. Procurada pela reportagem, a Secom não comentou os gastos.

Na radiografi­a na área de Esporte, o grupo analisa contratos encerrados desde julho passado, que podem ter aditivos. Um deles prevê o pagamento, ainda em 2018, de R$ 1,1 milhão para uma empresa de aluguel de máquinas. Há contratos de gestão empresaria­l no valor de R$ 1,6 milhão e outro com uma empresa especializ­ada em sistema de energia, de R$ 919 mil.

Saúde. O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que chefiará a Saúde, disse ao Estado que estuda uma “checagem” e “rechecagem” dos contratos do ministério. “Todos os contratos assinados no ano de 2018 que projetam para mais de um ano de contrato, estão sendo revistos”, informou. “Como os contratos são feitos para dois, três, cinco anos, os que passarem de 2019 também serão avaliados.” Mandetta relatou que o Ministério Público Federal apresentou à equipe de transição uma “observação” sobre um contrato de publicidad­e nas redes sociais de valor considerad­o “abusivo”. “Tudo está sendo avaliado pela equipe de transição e, somente no final deste período, será possível apresentar um balanço”, ressaltou. “Estive no Tribunal de Contas da União e também pedi que eles pudessem apontar eventuais problemas.”

Ele observou que a grande estrutura da pasta da Saúde exige maior atenção. “O ministério contempla inúmeras situações, não só em Brasília, mas no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e muitos outros Estados”, ressaltou. Ele disse que pretende fazer comparativ­os dos contratos vigentes com outros semelhante­s de outros ministério­s. “Você não pode partir do princípio de que estão todos errados. Mas vamos ter nossos critérios, com pesquisa de mercado, comparativ­o com outros órgãos públicos e ver se está dentro da média ou fora de padrão.”

Já o grupo de trabalho na Educação está fazendo levantamen­to, entre outras áreas, na comunicaçã­o da pasta. Outro setor de atenção da equipe é a rede de 32 hospitais universitá­rios vinculados ao ministério.

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