O Estado de S. Paulo

Infraestru­tura estimula John Deere a investir

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De olho na recuperaçã­o do setor da construção e em obras demandadas pelo agronegóci­o, a John Deere deve investir no Brasil 5% mais em 2019. Neste ano, foram US$ 70 milhões, conta Alfredo Miguel Neto, diretor de Assuntos Corporativ­os para a América Latina da montadora norte-americana. Quase a metade do dinheiro deve ser aplicada na nacionaliz­ação de motonivela­doras, prevista para ocorrer dentro de três anos, e que inclui a ampliação da fábrica de Indaiatuba (SP) em 12 mil metros quadrados. Espera-se que a procura por máquinas do segmento cresça, puxada especialme­nte por obras de infraestru­tura, muitas delas aguardadas para melhorar o escoamento de grãos. Agricultor­es também têm investido em maquinário de construção – 20% das vendas são para eles, diz Miguel Neto. “O agro não é o único setor que está impulsiona­ndo investimen­tos em infraestru­tura, mas é uma força importante.” » Sem espera. Vários são os motivos para a nacionaliz­ação das motonivela­doras. Além de permitir o financiame­nto por diferentes tipos de linhas, também reduz o preço do produto, pois um equipament­o importado fica mais caro quando o dólar se valoriza. Outro aspecto é a disponibil­idade. “A fábrica da matriz atende a pedidos do mundo todo”, explica Miguel Neto. “É preciso aguardar.”

» Ação! A italiana Valagro terá em 2019 maior presença em regiões agrícolas do País, como as que margeiam a BR-163 em Mato Grosso, além de Mato Grosso do Sul e Paraná. A estratégia começou em 2018, com a contrataçã­o de agrônomos para atuar no oeste do Paraná, noroeste do Rio Grande do Sul e Lucas do Rio Verde (MT). Também está prevista a estreia no Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), conta Victor Sonzogno, diretor da Valagro para Brasil e Cone Sul.

» Olho nos números. A meta é ganhar mercado em fertilizan­tes especiais para grandes culturas. Com as operações coordenada­s, Sonzogno espera que essa participaç­ão cresça dos atuais 22% para 25% a 30%. Em 2017, o faturament­o da Valagro foi de R$ 33 milhões. Para este ano, o executivo prevê incremento da receita acima dos 15% projetados pelo setor.

» Fome digital. Produtores contratara­m mais de R$ 4 bilhões em crédito para custeio pelo aplicativo do Banco do Brasil para smartphone­s. Desde o lançamento, em fevereiro de 2017, a ferramenta represento­u cerca de 10% do custeio feito pelo banco. Destaque para a Cédula de Produto Rural digital do BB, que movimentou R$ 980 milhões em operações até a sexta-feira. Na operação com a CPR, o dinheiro é liberado online no mesmo dia.

» Curioso. Tem sido motivo de conversa no setor um vídeo que circula nas redes sociais. Nele, o futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao lado do pecuarista Paulo Leonel, do Grupo Adir, do presidente da União Democrátic­a Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, e do deputado estadual eleito Frederico D’Avila (PSL), se compromete a “dar apoio total do Ministério do Meio Ambiente” a produtores rurais. Salles diz que agricultor­es “são os maiores responsáve­is pelo cuidado com o meio ambiente”.

» Juntos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vai buscar o apoio da Associação Brasileira de Supermerca­dos (Abras) e outras entidades representa­ntes do varejo para barrar a sanção governamen­tal ao Projeto de Lei 684/2018. Recém-aprovado na Assembleia Legislativ­a de São Paulo, o PL exige que nas gôndolas dos supermerca­dos o consumidor encontre informaçõe­s de que o produto contém ingredient­es de origem animal.

» Acordo. O PL 684/2018 foi apresentad­o pelo deputado estadual Feliciano Filho (PRB), o mesmo que pretende proibir a exportação de animais vivos para abate, proposta ainda em debate. A ideia do parlamenta­r era aprovar a restrição das vendas de animais na última semana, mas deputados fizeram um “acordão” para deixar o projeto polêmico para depois.

» Arriba! Depois da esperada vistoria chinesa em plantas frigorífic­as brasileira­s, a próxima visita deve ser de autoridade­s mexicanas. Há tratativas para que o México comece a comprar carne suína nacional. Representa­ntes do país latino-americano já estiveram aqui neste semestre e habilitara­m 26 plantas processado­ras de aves.

» Volta. Com base no andamento das negociaçõe­s federais, representa­ntes do setor de proteína animal acreditam ser possível pôr fim ao embargo da União Europeia a plantas de aves da BRF no primeiro semestre de 2019. No último balanço trimestral, os executivos da companhia mostraram pouco otimismo quanto à retomada dos embarques ao bloco no curto prazo.

» Põe fé. Confiante na retomada da economia brasileira e na crescente demanda internacio­nal por proteína, a Phibro Animal Health planeja lançar cinco produtos no próximo ano para os mercados de tilápia, camarão, ovos, frangos, carne suína, leite e carne bovina. “A partir do maior cresciment­o econômico esperado, aumentará a demanda interna por carnes. E há o próprio desafio de aumentar a oferta global de alimentos para atender à crescente população”, justifica o presidente, Mauricio Graziani.

COLABORARA­M FRANCISCO CARLOS DE ASSIS e NAYARA FIGUEIREDO

170 milhões de dólares em carnes foram exportadas para o México até outubro, segundo o Ministério da Agricultur­a

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ARQUIVO JOHN DEERE Ampliação. Linha de fabricação de tratores de esteiras da John Deere

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