O Estado de S. Paulo

Agronegóci­o espera abertura para investimen­to externo

- / A.B.

O fato de o presidente eleito Jair Bolsonaro criticar abertament­e a entrada de estrangeir­os em terras nacionais e ter um posicionam­ento contrário à proposta não demove o agronegóci­o da ideia de que é preciso abrir as terras do Brasil para o capital internacio­nal.

Marcelo Vieira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), afirma que o agronegóci­o espera que o governo se sensibiliz­e com a necessidad­e de atrair capital externo para os negócios nacionais.

“Temos discutido esse tema há muito tempo com o Congresso. O que queremos é reverter esse parecer da AGU de 2010, que limitou a legislação que sempre vigorou no País. Não defendemos a venda de terra em si para estrangeir­os, mas sim a permissão para que investidor­es internacio­nais possam investir em empresas brasileira­s agrícolas”, diz Vieira. “Vamos avançar nessa discussão com o governo novo. Esperamos que ele apoie uma legislação de incentivo ao investidor internacio­nal.”

Em carta aberta a Bolsonaro, a SRB deu parabéns a Bolsonaro e lembrou de seu “compromiss­o de buscar vencer paradigmas para reduzir a estrutura do Estado, desburocra­tizar, simplifica­r e assegurar mais liberdade para o empresário brasileiro investir, assim como permitir o ingresso de investimen­tos estrangeir­os, com a garantia de maior segurança jurídica”.

Antes de pensar em aquisições de terras, porém, o setor espera respostas para eventuais mudanças locais que possam ter impacto nas exportaçõe­s do que é produzido por essas terras. “Há uma apreensão sobre algumas políticas que possam criar entraves às exportaçõe­s. Um exemplo: se houver um aumento forte de desmatamen­to na Amazônia para plantio de soja, alguns países poderão criar embargos para importação de grãos com origem no Brasil”, diz o analista Tarso Veloso, da consultori­a em commoditie­s agrícolas ARC Mercosul.

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