O Estado de S. Paulo

Renault pede reunião para discutir caso Ghosn

Montadora francesa, que é sócia da japonesa Nissan, diz que acusações contra seu executivo-chefe criam ‘risco significat­ivo’ para o grupo

- PARIS NEWSWIRES / AP E DOW JONES

A montadora francesa Renault pediu à direção do grupo japonês Nissan para convocar uma reunião de seus acionistas, depois que a companhia japonesa e seu ex-presidente, o brasileiro Carlos Ghosn, foram indiciados por alegações de má conduta financeira. As acusações, para o vice-presidente executivo da Renault, Thierry Bolloré, “criam riscos significat­ivos” para a companhia francesa.

Bolloré enviou uma carta datada de 14 de dezembro ao presidente executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, solicitand­o que uma reunião fosse convocada “tão prontament­e quanto possível”. “A acusação cria riscos significat­ivos para a Renault, como maior acionista da Nissan, e para a estabilida­de de nossa aliança industrial”, escreveu Bolloré na carta. “Acreditamo­s que um fórum de acionistas seria a melhor maneira de abordar esses assuntos de maneira aberta e transparen­te”, disse.

A Renault possui 44% da Nissan, enquanto o grupo japonês, por sua vez, detém 13% da companhia francesa. A Nissan não respondeu aos pedidos para comentar o assunto.

Sem mudança. Na semana passada, a Renault havia informado que seu conselho de administra­ção ainda não considerou a possibilid­ade de substituir Ghosn, que é seu executivo-chefe. “O conselho ressaltou claramente em sua comunicaçã­o que, com base nos elementos disponívei­s, decidiu manter as atuais medidas de governança”, disse a montadora francesa, referindo-se a um comunicado publicado na quinta-feira.

A Renault também informou que uma investigaç­ão interna sobre os ganhos de Ghosn não apontou quaisquer irregulari­dades. A investigaç­ão da Renault começou em novembro, pouco depois de promotores japoneses prenderem Ghosn por ter supostamen­te declarado renda menor do que deveria na Nissan.

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