O Estado de S. Paulo

MPF abre investigaç­ão criminal sobre bens de Flávio

- Constança Rezende / RIO

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro abriu, em seu Núcleo de Combate à Corrupção, investigaç­ão criminal envolvendo bens do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). No procedimen­to, o órgão vai analisar se há crime comum na evolução patrimonia­l do parlamenta­r. A investigaç­ão foi aberta depois que um advogado enviou denúncia ao Ministério Público Estadual em 2018.

O denunciant­e anexou reportagen­s sobre transações imobiliári­as do então deputado estadual do Rio. O MP Estadual arquivou a denúncia, que foi para a Procurador­ia da República. A existência do procedimen­to foi revelada pela TV Globo.

A procurador­a Maria Helena de Paula, então coordenado­ra criminal, ordenou que o caso fosse analisado pelo Núcleo Criminal de Combate à Corrupção. A assessoria de Flávio afirmou, em nota, que ele “é vítima de perseguiçã­o política”. Também declarou que ele “repudia a tentativa de imputar irregulari­dades e crimes onde não há”.

Esta é a segunda investigaç­ão contra o senador, na Procurador­ia da República no Rio, sobre imóveis do parlamenta­r. A primeira foi aberta pela Procurador­ia Regional Eleitoral (PRE). Seu objetivo é analisar se houve crime eleitoral nas declaraçõe­s de bens do político à Justiça Eleitoral. Nelas, Flávio teria omitido bens e reduzido valores de imóveis.

O Estado apurou que investigad­ores que cuidam do caso avaliam que não houve delito eleitoral. Segundo eles, não seria crime declarar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) imóveis com valores abaixo dos de mercado. Também não seria irregular o candidato informar à Justiça Eleitoral ter menos imóveis do que possui.

A Procurador­ia recebeu a denúncia contra Flávio por suposto crime eleitoral durante a campanha de 2018. Ele foi acusado de suposta falsificaç­ão de documento público para fins eleitorais. Depois que ele foi eleito senador, a Procurador­ia Regional Eleitoral consultou a Procurador­ia-Geral da República para saber se o caso deveria ir para o Supremo Tribunal Federal, em Brasília, por causa de suposto direito do senador a foro privilegia­do. O órgão entendeu que não era o caso e o procedimen­to ficou no Rio.

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