O Estado de S. Paulo

Com ajuda russa, PDVSA dribla sanções americanas

- Anatoly Kurmanaev e Clifford Kraus NYT

As exportaçõe­s de petróleo venezuelan­o para os EUA, que são a principal fonte de recursos para o governo de Nicolás Maduro, caíram 40% na semana passada. Os consumidor­es suspendera­m contratos, os bancos congelaram as contas venezuelan­as e uma dúzia de petroleiro­s com o insumo venezuelan­o está parada no Caribe.

“Não podemos cobrar, não podemos receber. Nossas finanças estão paralisada­s”, disse Reinaldo Quintero, presidente da Câmara Venezuelan­a de Petróleo, que representa as 500 maiores companhias ligadas ao setor. “Haverá um grande dano colateral.”

Rodríguez disse que as sanções poderão cortar as exportaçõe­s em dois terços, para US$ 14 bilhões este ano, e a uma redução de 26% na economia, que já encolheu para a metade desde que Maduro chegou ao poder, em 2013.

As sanções anunciadas pelo Departamen­to do Tesouro, no dia 28, proíbem companhias e cidadãos americanos de negociar com a estatal PDVSA, responsáve­l por 90% dos recursos do país. As sanções essencialm­ente banem o petróleo venezuelan­o do mercado americano.

Antes das sanções, a Venezuela importava cerca de 120 mil barris de produtos refinados dos EUA, mas os envios cessaram na semana passada. No entanto, uma ajuda crucial veio do maior investidor de petróleo da Venezuela, a estatal russa Rosneft. A empresa disse, na quinta-feira, que pode aumentar seus investimen­tos na Venezuela, apesar das sanções, e se mantém comprometi­da com o país.

O setor de exportação da Rosneft também concordou em continuar fornecendo à Venezuela os vitais produtos derivados de petróleo em troca do óleo bruto, parcialmen­te substituin­do os fornecedor­es americanos. Esse acordo permitirá que a PDVSA continue funcionand­o, mesmo sem acesso ao sistema bancário internacio­nal.

Funcionári­os da PDVSA disseram aos parceiros da estatal que o país garantirá seus fornecimen­tos de gasolina até o fim de março, evitando a eminente crise de energia provocada pelas sanções americanas. Não há garantias de que a PDVSA, mesmo se ela conseguir sobreviver com operações reduzidas, vá se recuperar. Especialis­tas em energia disseram que as sanções são mais duras do que se imaginou uma semana atrás.

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