O Estado de S. Paulo

‘A recepção que tive aqui foi fantástica’

Após cumprir suspensão, brasileiro retorna ao octógono para encarar Israel Adesanya, na Austrália, pelo UFC 234

- Andreza Galdeano

Anderson Silva está de volta ao octógono após dois anos. Nesse período, o ex-campeão peso médio cumpriu suspensão de um ano imposta pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada, na sigla em inglês). Hoje, ‘Spider’ encara o nigeriano Israel Adesanya, na Austrália, pelo UFC 234. Em entrevista ao Estado, ele aborda as principais dificuldad­es dos lutadores em relação às exigências da Usada e revela as estratégia­s para o combate.

Qual a sua opinião sobre o papel da Usada com os atletas do UFC? Acredita que deveria haver alguma mudança para facilitar a vida dos lutadores?

A Usada faz muito bem o trabalho dela. Mas a gente não pode esquecer que não é um esporte olímpico. De repente você toma uma aspirina e cai no doping. Não somos atletas olímpicos. É nessa questão que acaba pegando um pouco. Alguns podem até ser ex-atletas olímpicos. Mas a gente não tem um ciclo olímpico. Acho que muita coisa que acaba sendo feita atrapalha um pouco. Mas a Usada faz o trabalho dela e a gente tem que respeitar.

Qual seria a solução para ter menos atletas caindo nos exames antidoping? Quando o lutador tem algum problema e precisa de substância­s ou remédios, tem que chegar e conversar com a Usada. A primeira coisa que o atleta precisa fazer é falar com os médicos e explicar a situação. A Usada não é um bicho de sete cabeças. Claro que cada situação é diferente e eles vão entender. As pessoas criam um monstro por trás da Usada que não é bem assim. Eles estão ali para proteger os atletas. Eles estão sempre dispostos a colaborar e a gente tem que colaborar também. Fazer cada um a sua parte.

Por conta de punições por doping, você ficou mais um ano longe do octógono. Qual a sensação de retornar agora?

Não tem muita diferença, não. Estou feliz da vida.

Como foi o seu período longe das lutas?

Continuei vivendo a minha vida e fazendo trabalhos paralelos à luta. Estudei bastante, trabalhei na minha companhia, realizei meus projetos no cinema, trabalhos com a Netflix. Trabalhei.

Está feliz por ter marcado o seu retorno na Austrália?

Estou muito feliz por estar lutando na Austrália. Tenho uma sorte muito grande de poder conhecer um país como esse.

Você chegou na Austrália com pouco mais de duas semanas de antecedênc­ia. O que mais te chamou atenção no país?

Acho que o carinho das pessoas. A recepção que eu tive foi fantástica. Eu fiquei admirado com o respeito que eles têm pelo meu trabalho e pela minha história.

Como foi a sua preparação para encarar o Israel Adesanya? Posso descrever como incrível. Foi muito bom. O time todo está de parabéns.

O que mais as pessoas comentam sobre a luta com Adesanya é que ele é a sua ‘versão melhorada’. Vê semelhança entre vocês? Não. Somos dois atletas diferentes. Não tem como você comparar o Neymar e o Messi, o Cristiano Ronaldo com Ronaldinho (Gaúcho). Cada um tem as suas habilidade­s naturais. Cada um tem o seu talento. Não existe comparação.

Qual a estratégia para sair com a vitória?

Treino, foco e fazer o que eu sei fazer bem: lutar.

Como está seu pensamento em relação a uma possível chance de disputar o cinturão? Primeiro, eu preciso manter o foco no Adesanya. Depois, com certeza, a gente vai treinar para disputar o cinturão.

Como você vê o atual momento dos brasileiro­s no UFC?

Tudo é fase, momento. Nós temos grandes talentos no Brasil. É tudo uma questão de tempo para conquistar os resultados positivos em cada categoria. Acredito que cada um tem a sua credibilid­ade dentro do esporte. As pessoas que estão com o cinturão mereceram conquistá-lo. E a gente tem que trabalhar. Cada um fazer a sua parte e dar o seu melhor.

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UFC De volta. Anderson Silva, à direita, vai enfrentar o nigeriano Israel Adesanya no UFC 234

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