O Estado de S. Paulo

Embaixador­a em Brasília trabalha em sala emprestada

- / LU AIKO OTTA

Uma sala comercial próxima à Esplanada dos Ministério­s abriga desde ontem a embaixada informal da Venezuela comandada pelo autodeclar­ado presidente, Juan Guaidó. À frente está a advogada María Teresa Belandria, especialis­ta em direito internacio­nal e ex-assessora da opositora María Corina Machado.

A embaixada da Venezuela, que segue orientaçõe­s do governo de Nicolás Maduro, continua em funcioname­nto. No entanto, desde maio de 2016, não tem embaixador – o último foi Alberto Castellar, chamado de volta em represália ao impeachmen­t da presidente Dilma Rousseff.

Em dezembro de 2017, Caracas ficou também sem o número dois da hierarquia, o encarregad­o de negócios Gerardo Delgado, declarado persona non grata pelo governo brasileiro depois que a Venezuela fez o mesmo com o embaixador brasileiro, Ruy Nogueira.

“Não será uma diplomacia tradiciona­l”, disse María Teresa. “É uma diplomacia inédita, porque precisamos estar onde estão os cidadãos venezuelan­os que necessitam, e isso é na fronteira.” Financiada por apoiadores do governo Guaidó, a maior parte venezuelan­os que se encontram fora do país, María Teresa veio ao Brasil sem salário. A sala foi emprestada por um amigo brasileiro. Por ora, a embaixador­a está hospedada em um hotel às margens do Lago Paranoá.

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