Setin e Capital serão sócias no Minha Casa Minha Vida
Aincorporadora paulista Setin e a amazonense Capital – tradicionais no mercado residencial de médio e alto padrão – serão sócias em uma nova empresa para construir moradias populares, aproveitando a onda positiva do Minha Casa Minha Vida (MCMV), segmento imobiliário que mais cresceu nos últimos anos no Brasil. Batizada de Mundo Apto, a nova incorporadora desenvolverá empreendimentos na cidade de São Paulo, com foco nas faixas 2 e 3, voltadas para famílias com renda mensal de até R$ 4 mil e R$ 7 mil, respectivamente. A meta para 2019 é lançar cinco projetos, com valor geral de vendas total estimado em R$ 150 milhões. O primeiro lançamento ocorrerá em maio, na Vila Mascote, e os demais virão nos bairros da Liberdade, Barra Funda, Pacaembu e Cambuci.
» Quase metade. A Setin, do empresário Antônio Setin, terá 45% da Mundo Apto, enquanto a Capital, de Pauderley Avelino (irmão gêmeo do ex-deputado federal Pauderney, do DEM, um dos articuladores da lei dos distratos aprovada no ano passado), outros 45%. Há ainda um terceiro sócio não revelado com 10%. Para a presidência foi convocado Fernando Motta, ex-Rossi Residencial. Aliás, entre 2010 e 2017, Rossi e Capital mantiveram uma joint venture na região Norte, mas a parceria foi desfeita após os impactos da crise sobre as empresas e o enxugamento das operações.
» Quase tudo. O MCMV respondeu por 75% dos lançamentos e 67% das vendas no País nos últimos 12 meses, segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias. A chegada de uma nova empresa acirrará ainda mais a concorrência, que já conta com grandes como Cyrela, Eztec e RNI. Desde o ano passado, essas companhias passaram a desenvolver projetos para o MCMV, atraídas pelos financiamentos do FGTS com juros menores.
» Cheguei! Do lado financeiro, a concorrência também cresce. A Novi, especializada em crédito com garantia de imóvel – o antigo home equity – passou a olhar também para as empresas de porte maior. Antes, seu foco estava mais centrado na pessoa física e em pequenos e médios grupos. Para os grandes, aposta na oferta de empréstimo com o imóvel em garantia com valores entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões.
» Ataque. Ao expandir seu públicoalvo, a Novi entra numa arena mais restrita aos grandes bancos de varejo no País. O antigo home equity ainda é pouco difundido no Brasil. No ano passado, o saldo da carteira atingiu R$ 11,5 bilhões, R$ 1 bilhão a menos do visto em 2017, segundo o Banco Central. Neste contexto, a Novi, que nasceu em 2012 na época ainda dentro da XP, espera dobrar sua originação de negócios em 2019. O novo segmento deve contribuir com 30% do volume.
» No crime. O escritório Cascione Pulino Boulos Advogados acaba de entrar na área criminal. O ingresso se deu com a contratação de Leonardo Magalhães Avelar, que atuou por 18 anos no Moraes Pitombo, um dos principais escritórios de direito penal corporativo do País.
» Só para você. Usar a tecnologia para criar ofertas customizadas para cada cliente é uma estratégia que tem ganhado espaço no varejo. A adesão mais recente é da Netshoes que continua investindo. A rede de e-commerce de produtos esportivos contratou a Dunnhumby, empresa especializada em dados de consumo que já trabalha com individualização de promoções nos aplicativos do Grupo Pão de Açúcar e a Raia Drogasil. Para a Netshoes, a ideia da empresa é criar lojas personalizadas, com produtos específicos para cada cliente e de acordo com suas preferências.
» Prometo sigilo. A tendência de personalização tem ganhado força porque torna as promoções mais assertivas. Como o lojista usa os dados do comportamento de consumo, não precisa dar descontos generalizados e faz uma campanha direcionada apenas para os clientes que têm maior chance de comprar. Sobre a segurança dos dados, a Dunnhumby diz que não compartilha nenhum tipo de dado do cliente com outras empresas.
» Um achado. Com crescimento de 9% no faturamento no ano passado, a rede de franquias Água Doce Sabores do Brasil está dedicando-se à expansão da marca Rei do Escondidinho. Recém-lançada, a rede tem entre seus modelos de exploração lojas em praças de alimentação, quiosques e food trucks. Em 2018, a receita foi de R$ 125 milhões, cifra que deve crescer 15% neste ano. Fundada em Tupã (SP), a Água Doce já conta com mais de 70 unidades, em nove estados. Para este ano, a rede espera expansão maior no Nordeste.