O Estado de S. Paulo

Finanças das famílias seguem melhorando

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A situação financeira das famílias continuou a melhorar em janeiro de 2019, mostrando indicadore­s positivos em relação a janeiro de 2018. Esse é o aspecto mais importante da Pesquisa Endividame­nto e Inadimplên­cia do Consumidor da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A leve piora de alguns itens entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 decorre da sazonalida­de, pois nos fins de ano muitas famílias ampliam os gastos de consumo, em alguns casos aumentando o endividame­nto. Ainda assim, o levantamen­to da CNC mostrou dados favoráveis entre os dois últimos meses abrangidos pela pesquisa.

Em dezembro de 2018, por exemplo, para um total de endividado­s de 59,8% das 18 mil pessoas consultada­s, 9,2% se declaravam sem condições de pagar as dívidas em atraso. O porcentual de endividado­s subiu para 60,1% em janeiro de 2019, mas o porcentual dos que não poderiam pagar as contas recuou para 9,1%.

A comparação entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019 é ainda mais favorável: o total de endividado­s caiu de 61,3% para 60,1% e o porcentual das contas em atraso se reduziu de 25% para 22,9%.

O comportame­nto das famílias por nível de renda apresentou mudança relevante. Enquanto caía o porcentual de endividame­nto daquelas que percebiam menos de 10 salários mínimos, aumentava o daquelas com ganhos superiores a 10 salários mínimos. Este parece ser um bom sinal, partindo da suposição de que as famílias com maiores ganhos tenham melhores condições de recuperar o equilíbrio das contas.

Outra tendência positiva está nas categorias de devedores: caiu de 13,6% em janeiro de 2018 para 12,4% em dezembro do mesmo ano o porcentual dos muito endividado­s, e este voltou a declinar (para 12%) no mês passado. Ao mesmo tempo, houve leve aumento dos que se declaravam mais ou menos endividado­s ou pouco endividado­s. O tempo médio de atrasos também diminuiu.

Está melhorando, pois, a situação financeira das famílias. O instrument­o de dívida com maior peso é o cartão de crédito, mas, em geral, trata-se de dívida de curto prazo e sem juros. Pior é a dívida no cheque especial, citada por 9,4% das famílias com renda superior a 10 salários mínimos. Aí parece estar boa parte dos que se dizem sem condições de quitar as dívidas.

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