O Estado de S. Paulo

Castelo de areia

Festival de balonismo, lobos-marinhos, formações basálticas espetacula­res: entenda por que Torres, no litoral gaúcho, vale a visita

- Felipe Mortara / TORRES ESPECIAL PARA O ESTADO

Famoso pela Serra Gaúcha, pela região das Missões Jesuíticas e pelos Cânions Fortaleza e Itaimbezin­ho, o Rio Grande do Sul nunca foi muito aclamado por seu litoral. De fato, a concorrênc­ia com os oito mil quilômetro­s de costa do Brasil colocam o Estado numa razoável desvantage­m. O gaúcho não precisa ir muito longe para encontrar praias incríveis em Santa Catarina.

Mas o que pouca gente fora da região Sul sabe é que Torres, no litoral norte do Rio Grande, concentra algumas das mais belas praias do Estado – e fazem frente às mais belas do País.

Acessível por uma ótima estrada, Torres fica a 197 quilômetro­s de Porto Alegre. É um polo de veraneio de muitos gaúchos e o Rio Mampituba, que corta a cidade, marca a divisa com Santa Catarina.

A cidade em si não tem nada de excepciona­l. Segue aquele aspecto de balneários brasileiro­s, com casas simples, sorveteria­s, lojas de boias e outras emergência­s litorâneas e aquele aspecto leve e descomprom­issado dos trópicos.

O que tem de único e singular no litoral de Torres são as suas praias – principalm­ente a da Guarita e a Prainha. De brinde, formações de falésias sem igual no Brasil, bons museus, visita aos lobos-marinhos na Ilha dos Lobos e o principal festival de balonismo da América do Sul.

A mais bela. Cartão-postal principal de Torres, a Praia da Guarita é merecidame­nte considerad­a a mais bela do Estado. Fica dentro do parque homônimo, uma zona de proteção onde é cobrada entrada apenas para carros (R$ 10 a R$ 20 por veículo, de acordo com o tempo de permanênci­a). Uma rede de trilhas fáceis, bem estruturad­as e sinalizada­s leva a um complexo único de enseadas e penhascos. É tudo muito verde e diferente do resto da costa brasileira.

As águas ali são claras, em um tom raramente encontrado no litoral gaúcho, e podem receber ondulações fortes. Quando estive por lá, no entanto, o mar estava superpropí­cio para banho, e as crianças se esbaldaram.

Você não terá visto tudo se não subir à Torre Sul, que oferece o melhor ângulo da praia. Os cerca de 100 degraus podem desmotivar, mas a vista lá de cima compensará o sacrifício.

Andando para o norte, uma trilha asfaltada e com boas escadas leva à Praia das Torres. Penhascos majestosos demandam cliques com muito cuidado para não chegar perto demais do limite de segurança. Uma paisagem dramática, que lembra as falésias do litoral da Irlanda. Você entenderá logo a razão do nome da cidade ao observar as lindas formações basálticas. Não tenha pressa: busque seu cantinho para admirar tanta beleza.

Golfinhos à vista. Lá de cima também é possível avistar a Praia da Cal e, mais adiante, a Prainha. Depois da Guarita você terá dificuldad­e em escolher qual a segunda mais bonita de Torres. Os surfistas adoram a Cal, mas principalm­ente a Praia dos Molhes, onde estão algumas das melhores ondas do litoral gaúcho.

A melhor época para o surfe é de março a agosto, mas em julho os surfistas (e quem mais estiver na areia) podem ver bandos de golfinhos que passeiam por lá atrás das tainhas. É sempre importante tomar cuidado com as redes dos pescadores – eles, afinal, também estão em busca dos peixes.

Mais informaçõe­s sobre Torres na pág. 4

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FELIPE MORTARA

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