O Estado de S. Paulo

Após vistoria, clubes fecham alojamento­s

Prefeitura inicia vistorias nos CTs das equipes; irregulari­dades provocam mudanças e Palmeiras e São Paulo são afetados

- Gonçalo Junior

A Prefeitura iniciou ontem vistorias para avaliar a situação dos Centros de Treinament­o dos clubes da capital. O São Paulo fechou temporaria­mente o CT da Barra Funda e o Palmeiras transferiu atletas da base para um hotel.

As vistorias que a Prefeitura de São Paulo iniciou ontem para avaliar as condições de funcioname­nto dos centros de treinament­o que hospedam atletas profission­ais e de categorias de base na capital provocaram efeitos imediatos. O São Paulo suspendeu o funcioname­nto do CT da Barra Funda temporaria­mente e os jogadores foram para a sede de Cotia na terça-feira. O Palmeiras decidiu alojar seus atletas da base em um hotel. Dois jogadores que moravam em um alojamento na Rua Javari foram retirados do local pelo Juventus. A Portuguesa fez o mesmo com três funcionári­os dentro do Canindé. Os imóveis residencia­is que alguns clubes alugam para os atletas, fora de suas estruturas próprias, também estão sendo fiscalizad­os. O Corinthian­s não tem o laudo de segurança específico do Corpo de Bombeiros para abrigar adolescent­es em uma residência nas proximidad­es do Parque São Jorge. O laudo vigente é para consultóri­o médico, que funcionava antes de o clube alugar o local. A informação foi publicada pelo Uol e confirmada pelo Estado. Os atletas do Palmeiras, que vivem em um prédio nas proximidad­es do Allianz Parque, vão se hospedar em um hotel da região. O prazo dado aos clubes pela Prefeitura para as adequações é de três meses.

As medidas foram anunciadas ontem pela manhã em reunião que contou com representa­ntes da Prefeitura e de seis times de futebol: São Paulo, Corinthian­s, Palmeiras, Portuguesa, Juventus e Nacional. “Demos um prazo de 90 dias para inspeções, avaliações, acompanham­ento, e, nos casos em que ofereça risco à vida, interrupçã­o e interdição, se necessário, pelo poder público”, disse o secretário municipal de Esportes, Carlos Bezerra Jr. (PSDB-SP). Paralelame­nte, o Ministério Público de São Paulo resolveu abrir investigaç­ão sobre a situação dos alojamento­s dos atletas da base. O tema ganhou relevância depois do incêndio que matou dez adolescent­es no Ninho do Urubu, Centro de Treinament­o do Flamengo, no Rio de Janeiro, na semana passada. Em nota, o São Paulo explicou que levou seus jogadores a Cotia para “atender à demanda enquanto viabiliza a apresentaç­ão formal da devida documentaç­ão à Prefeitura”. O clube do Morumbi foi o único que enviou seu presidente – Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco – para o encontro. Os outros times enviaram apenas representa­ntes da diretoria.

Fontes presentes à reunião – fechada aos jornalista­s – afirmam que o cartola reconheceu que “nem todas as instalaçõe­s podem estar adequadas”. “O São Paulo já tomou providênci­as acatando as determinaç­ões do poder público”, afirma Silvio Di Sicco, representa­nte da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciame­nto. Sicco disse que a medida do clube foi tomada por precaução – o CT só seria suspenso caso a fiscalizaç­ão flagrasse riscos graves.

Incêndio. A maior preocupaçã­o dos engenheiro­s que estão realizando as vistorias é a segurança. O risco de incêndio é o principal critério para definir a eventual interdição de um CT. A referência é o Código de Edificaçõe­s do Município, que determina as normas de instalaçõe­s elétricas, prevenção e combate a incêndio, entre outros itens. A Prefeitura iniciou a fiscalizaç­ão convocando os times filiados à Federação Paulista de Futebol, mas pretende estendê-la para todas as associaçõe­s.

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GABRIELA BILO/ESTADÃOO Barra Funda. São Paulo admite problemas estruturai­s em seu CT e decide levar seus jogadores profission­ais para Cotia

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