O Estado de S. Paulo

São Paulo empata e está fora da Libertador­es

Precisando de ao menos dois gols, time fica no 0 a 0 com o Talleres-ARG, no Morumbi; revoltados, torcedores xingam Jardine e o presidente Leco

- Renan Cacioli

O São Paulo deu adeusàLibe­rt adores. Ontemà noite, no Morumbi, o time não foi capaz de superar o TalleresAR­G, efico uno 0 a 0. Os argentinos, que haviam vencido em casa (2a 0), estão na terceira fase prévia do torneio e vão enfrentar o Palestino-CHI por um lugar no Grupo A, que já tem River PlateARG, Internacio­nal e Alianza Lima-PER.

Coma eliminação precoce, o Tricolor também perde o direito de disputara Copa Sul-Americana desta temporada. Explica-se: via Libertador­es, classifica­m-se as duas equipes de melhor campanha entre as derrotadas na terceira fase, além de todos o soito terceiros colocados da etapa de grupos.

Restará, portanto, a disputa do Campeonato Paulista, pelo qual tem clássico marcado contra o Corinthian­s domingo, às 19h, em Itaquera. E para esse jogo, André Jardine será o treinador? Ele mesmo respondeu, após a partida: “Não consegui tirar um minuto sequer pra pensar nisso. Enquanto eu me sentir capaz e com força pra seguir, eu vou seguir.”

Pouco tempo depois do jogo, o meia Hernanes foi outro que lamentou demais a eliminação. “É frustrante. O torcedor merecia um resultado melhor. Sabíamos que era difícil. Difícil encontrar palavras para justificar um momento triste. Nós queríamos a classifica­ção, mas temos consciênci­a de que o jogo na Argentina foi determinan­te.”

Cansada das eliminaçõe­s em sequência em torneios de mata-mata, a torcida não perdoou e, aos 15 do segundo tempo, passou a protestar contra Jardine. Gritou “É, Muricy!”, já que o extreinado­r, tricampeão brasileiro (2006 a 2008) pelo clube, estava presente no estádio comentando o jogo por uma emissora de TV. Também xingou o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Apático. Jardine até tentou. O técnico resolveu trocar peças mais uma vez em relação à apresentaç­ão anterior e ao jogo da semana passada contra os argentinos. Sem Hudson, suspenso, abriu mão de Jucilei para colocar Willian Farias na contenção do meio-campo. Também sacou Nenê da equipe para apostar em Diego Souza. Na frente, o garoto Helinho voltou à formação, no lugar de Antony.

Nada funcionou. O São Paulo conseguiu passar 135 minutos – 90 da partida de sábado, contra a Ponte Preta, mais 35 desta quarta – sem acertar um chute sequer no gol do adversário. Na etapa final, Nenê substituiu Helinho. Quando a torcida viu que uma segunda alteração seria a troca de um lateral (Bruno Peres) por um volante (Araruna), xingou Jardine de “burro”, algo que se repetiu em diversas outras ocasiões na noite.

A dez minutos do fim, Everton ainda acertou uma solada na testa de Enzo Días. Vermelho direto. A torcida do Talleres acendeu e cantou alto. A do São Paulo se calou. O único grito de gol em uma noite na qual a equipe da casa precisava de ao menos dois veio aos 38, mas Nenê

estava em posição de impediment­o quando completou cruzamento de Diego Souza.

“A torcida tem o direito de xingar e reclamar. Damos razão. O time correu, lutou e acreditou. Acho que pecamos no jogo da ida. A gente se frustra, mas pedimos desculpas ao torcedor. Fizeram uma festa magnífica. Mas vamos levantar a cabeça”, pediu Hernanes.

Com a eliminação, o time deixa de embolsar alguns dólares. Se avançasse à próxima fase, receberia US$ 550 mil (cerca de R$ 2,1 milhões) da Conmebol.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Fim da linha? André Jardine não conseguiu fazer o time jogar e, com a eliminação, dificilmen­te terá clima para continuar

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