O Estado de S. Paulo

‘OLHOS E OUVIDOS’ DE CARLOS NO PALÁCIO

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Embora trabalhe na Câmara Municipal do Rio, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, tem uma espécie de representa­nte no Palácio do Planalto, onde despacha seu desafeto Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidênci­a.

Primo de 1.º grau de Carlos e um de seus auxiliares na estratégia de redes sociais da campanha eleitoral, Leonardo Rodrigues de Jesus, de 35 anos, rodeia o presidente desde a transição. Em Brasília, expandiu o livre acesso aos gabinetes do Planalto, mesmo sem ter cargo na Presidênci­a.

Sobrinho do presidente, filho de uma irmã de Rogéria Nantes, uma das ex-mulheres de Bolsonaro, ele é conhecido como Léo Índio e é ligado a Carlos. A proximidad­e com a família presidenci­al fez com que transitass­e sempre muito próximo do tio, chegando a ser confundido como um dos agentes da escolta de Bolsonaro.

A Secretaria de Comunicaçã­o Social (Secom) afirmou que Léo Índio “não ocupa cargo em nenhum órgão da Presidênci­a da República”. Apesar disso, ostenta um crachá amarelo da Presidênci­a quando caminha em locais de acesso restrito do Planalto. Ontem, circulava no quarto andar, onde despacha o núcleo duro do governo. A desenvoltu­ra gera desconfian­ça de assessores presidenci­ais, que veem no sobrinho do presidente uma espécie de “olhos e ouvidos” de Carlos.

A Secom não esclareceu o motivo de frequentar quase diariament­e o Planalto. Ele chegou a participar de reuniões de autoridade­s com o governo de Minas, após o rompimento da barragem de Brumadinho. Segundo o Planalto, essa foi a única reunião que o “olheiro” de Carlos participou. A exemplo do primo, Leo Índio rechaça jornalista­s.

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ESTADÃO Planalto. Léo Índio (à esq.)

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