O Estado de S. Paulo

China nega negociação com oposição

- PEQUIM / AP

O governo da China negou ontem as informaçõe­s de uma reportagem do Wall Street Journal que garantia que diplomatas chineses iniciaram negociaçõe­s com a oposição venezuelan­a para proteger seus investimen­tos no país. “A reportagem é falsa. É fake news”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

O Wall Street Journal disse que diplomatas chineses, preocupado­s com investimen­tos e projetos no setor de petróleo na Venezuela, mantiveram conversas em Washington com representa­ntes de Juan Guaidó, líder da oposição e presidente autoprocla­mado do país, que lidera os esforços dos EUA para destituir o chavista Nicolás Maduro.

Os acordos de empréstimo­s que envolvem a venda de petróleo feitos pela Venezuela com a China são uma importante fonte de recursos para o governo venezuelan­o. Oficialmen­te, no entanto, Pequim diz apenas que “está em contato próximo com todos os partidos da Venezuela.

“Não importa como a situação evolua, a cooperação China-Venezuela não deve ser afetada”, afirmou o governo, em nota. “O dialogo pacífico e a via política são a única forma de avançar rumo a uma paz duradoura na Venezuela.”

Na última década, a China emprestou à Venezuela US$ 65 bilhões. Caracas ainda deve a Pequim cerca de US$ 20 bilhões, segundo o Wall Street Journal.A única chance de receber a dívida seria evitar o colapso da indústria venezuelan­a do petróleo, embora os baixos preços do combustíve­l e a crise econômica não sejam favoráveis a essa possibilid­ade.

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