O Estado de S. Paulo

Presidente Venceslau se divide entre receio e alívio

- / JOSÉ MARIA TOMAZELA e QUETILA RUIZ, ESPECIAL PARA O ESTADO

Os 40 mil moradores de Presidente Venceslau, no oeste paulista, estão divididos entre o alívio pela saída dos integrante­s do PCC que estavam na Penitenciá­ria 2 e o medo de represália­s. “Houve ameaças de atentados a bancos e repartiçõe­s públicas, se eles fossem transferid­os. Está todo mundo muito tenso e de prontidão”, diz o presidente da Associação Comercial e Industrial, Eliomar Gomes da Silva. Ele espera que a promessa de se manter uma força-tarefa de segurança na cidade seja cumprida.

Mais otimista, o secretário municipal de Ações Estratégic­as, Élcio de Paula Souza Filho, acredita que a população está mais aliviada. Ele lembrou que o medo aumentou no fim do ano passado, quando se fez uma “operação de guerra” para controlar o entorno, após a descoberta de um plano de resgate de Marcola. “Vieram equipes de referência da Polícia Militar, como a Rota. O aeroporto foi fechado com barreiras físicas durante 20 dias.”

Já no entorno dos presídios federais, o clima é de expectativ­a. Mesmo a Penitenciá­ria Federal de Porto Velho ficando a 50 quilômetro­s da área urbana, alguns moradores estão receosos. “Pelo histórico, quando esses presos famosos são transferid­os, os familiares vêm atrás, os seguidores. Então, é arriscado", disse o professor, Augusto Ribeiro da Fonseca. “Mesmo que a gente não saiba de fuga de presos ou rebelião no presídio de Porto Velho, a gente acompanha os casos do Ceará, e de outros Estados, que passam por problemas com essas facções”, disse a funcionári­a pública Fátima Santos.

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