O Estado de S. Paulo

V. Madalena terá acesso restrito no carnaval

Haverá veto a blocos e ambulantes na área; 29 das 32 subprefeit­uras receberão desfiles

- Priscila Mengue

Durante o carnaval de rua paulistano, a Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, terá uma zona de acesso mediante revista, restrita a até 5 mil pessoas. Como em anos anteriores, serão proibidos a entrada de vendedores ambulantes e o desfile de blocos no local. O atendiment­o ao público será permitido só em bares e restaurant­es fixos. Em toda a cidade, haverá 516 blocos de rua, entre os dias 23 de fevereiro e 10 de março, e a Prefeitura estima público de 12 milhões de foliões.

No sábado, uma festa de rua não autorizada terminou em tumulto e depredação no bairro, o que fez moradores se mobilizare­m. No dia, ao menos uma pessoa foi conduzida à Polícia Civil. O desfile não tinha aval da Prefeitura. Vídeos nas redes sociais mostram correria após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogên­eo e o acúmulo de lixo na rua.

A restrição abrange o quadriláte­ro formado pelas Ruas Wisard, Girassol, Inácio Pereira da Rocha, Morás e Simão Álvares. Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues de Oliveira, a Guarda Civil Metropolit­ana (GCM) está monitorand­o novos casos e enviará agentes para a região mesmo no fim de semana antes da programaçã­o oficial, que começa no dia 23. Outro evento está marcado para o próximo sábado no Largo da Batata, na zona oeste da capital.

Uma das medidas de segurança que serão tomadas este ano será o uso de drones, no lugar de câmeras de segurança. Em 2018, um estudante morreu eletrocuta­do ao encostar em um poste de monitorame­nto.

No total, segundo a administra­ção municipal, haverá 516 blocos previstos para os dias 23 e 24 de fevereiro, 2, 3, 4 e 5 de março–o pós-carnava lé em 9 e 10 de março. O número representa aumento de 12,4% em relação ao ano anterior, que teve 459 blocos. “Vai ser mais um grande carnaval de rua”, disse ontem o prefeito Bruno Covas (PSDB). “Um evento democrátic­o, que não permite a venda de espaços reservados, e descentral­izado, com desfiles em 29 das 32 subprefeit­uras.”

A maioria dos blocos se concentra na Sé (149), em Pinheiros (102), na Vila Mariana (46) e na Lapa (37), no centro expandido. Seguindo uma tendência das edições anteriores, parte das agremiaçõe­s desfilará mais de uma vez, acrescenta­ndo também opções na agenda do pré e do pós-carnaval. A quantidade de desfiles também aumentou. Estão previstos 556, em 300 trajetos, 13,2% a mais do que no ano passado (491). O público estimado é de 12 milhões para os oito dias de programaçã­o.

Neste ano, a programaçã­o não contempla a Avenida 23 de Maio, mas traz três novos trajetos de megablocos nas Avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini, zona sul, Tiradentes, no centro, e Marquês de São Vicente, na região oeste. Dentre os artistas confirmado­s estão as cantoras Maria Rita e Daniela Mercury e o músico Alceu Valença. Segundo a Prefeitura, há 16 megablocos previstos.

Patrocínio. O carnaval será patrocinad­o por uma subsidiári­a da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), a Arosuco, que repassou R$ 16,1 milhões à Prefeitura, responsáve­l pela organizaçã­o do evento. Na primeira tentativa de conseguir patrocínio, em janeiro, o Município não havia recebido propostas. A subsidiári­a da Ambev apareceu só na segunda concorrênc­ia.

Parte da verba de patrocínio também foi investida na oferta de carros de som e ambulância­s para 29 blocos de rua comunitári­os, com mais de três anos de experiênci­a e público estimado de até 4 mil foliões. Secretário das Subprefeit­uras, Alexandre Modonezi diz que o fomento é um modo de expandir a festa para mais regiões.

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TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO–27/2/2017 Concentraç­ão. Prefeitura espera público de 12 milhões em 8 dias; serão 16 megablocos

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