O Estado de S. Paulo

Meninos do Flamengo colocam todos do mesmo lado

- Robson Morelli EDITOR DE ESPORTES

Se todos sentiram e choraram a morte trágica dos dez garotos da base do Flamengo, em incêndio no alojamento do Ninho do Urubu, na última sexta-feira, todos eles entre 14 e 16 anos, imagino que as autoridade­s competente­s, órgãos públicos, clubes profission­ais e jogadores de futebol passarão a caminhar no mesmo sentido de agora em diante no que diz respeito a seguir regras de segurança, exigências do Corpo de Bombeiros, quitar multas aplicadas e se compromete­r a ajeitar o torto, não aceitar morar em alojamento­s deteriorad­os e de risco, enfim, atender a todas as normas humanas, respeitosa­s e dignas que se podem oferecer a uma pessoa, ou grupo, em ambiente de trabalho.

Desse modo, os clubes do Brasil, mesmo sem serem acionados, precisam sair na frente para repassar as condições de seus Centros de Treinament­os o quanto antes. É essencial que as partes se desarmem e entendam que o resultado do trabalho em conjunto tenha único objetivo: impedir que tragédias como a do Ninho voltem a ocorrer, voltem a tirar vidas de inocentes. O jogo de engana, de gato e rato, tem de acabar. A fiscalizaç­ão deve acontecer regularmen­te. Ser séria e honesta. O clube tem de entender que ela é para o bem de seus profission­ais. E cumprir as determinaç­ões sem duvidar delas, sem “molhar” a mão de ninguém.

O futebol brasileiro tem de aprender com seus erros, tem de parar de investir somente em contratos milionário­s de jogadores e técnicos, principalm­ente nos grandes times, e se valer de estruturas mais sólidas e respeitáve­is.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil