Bancos assistem a briga de XP e BTG de camarote
Adisputa entre a XP Investimentos e o BTG Pactual em torno dos agentes autônomos de investimento é assistida de camarote e comemorada pelos líderes do mercado financeiro. Os grandes bancos concorrentes do Itaú Unibanco estão na plateia à espera do melhor momento para entrarem em ação. A torcida maior está a favor do BTG Pactual. Por trás, contudo, o que conta não é a preferência por um ou outro, mas o fim da relação de exclusividade dos agentes autônomos com a XP. Os grandes bancos de varejo viram a corretora navegar em um mar que eles mesmos desprezaram. Reconhecem, entretanto, que esses profissionais são aceleradores do crescimento do negócio de investimento. Se o mercado estiver mais aberto, todo mundo vai para cima. » No meio do caminho. Porém é necessário derrubar a cláusula restrita que protege a relação da XP com seus agentes autônomos, no acordo de concentração que fechou com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) após o negócio com o Itaú Unibanco. Guardada em sigilo, a cláusula prevê exclusividade com os autônomos desde que a XP faça uma contrapartida financeira e por um prazo de até dois anos.
» Peixe pequeno. Não são só os tubarões que querem adentrar no mar dos agentes autônomos. As corretoras também querem e, portanto, estão ao lado dos grandes como numa relação de mutualismo. Tanto é que cerca de dez nomes do mercado assinaram a denúncia do BTG contra a XP junto ao Cade. Resta saber como o órgão antitruste vai agir diante da briga. Mais ainda, se o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vão intervir na disputa. Já estão de olho.
» Rasteira. A procuradoria do Cade, responsável por monitorar o Acordo em Controle de Concentração (ACC) firmado pela XP e Itaú, deu o primeiro passo. Concedeu dez dias para que a XP se manifeste sobre as denúncias abertas na autarquia. » Risco. O Itaú Unibanco não vê o risco de quebra do ACC firmado com o Cade. Vale lembrar que, em caso de descumprimento integral do acordo, XP e Itaú Unibanco arcam com multa de R$ 3 milhões cada junto ao órgão de defesa econômica. Mais salgadas são as multas se descumprirem o acordo com o Banco Central. Nesse caso, o banco terá de pagar multa de R$ 2 bilhões e a XP, de R$ 500 milhões.
» Tudo meu. A XP tem plugados à sua plataforma mais de 80% dos quase 5 mil agentes autônomos que operam no Brasil. Na briga aberta no fim do ano passado e que foi parar na Justiça, a XP obteve liminar que impediu o BTG de abordar sua rede de agentes autônomos.
» Aluga-se. Tradicional nas operações de compra e venda de imóveis, a Brasil Brokers pretende intensificar seus negócios no ramo de locação em 2019. Em um primeiro momento, o aluguel de imóveis ficará concentrado nas bases de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia, mas a expectativa é transformar essa atividade em plano nacional ainda neste ano. A receita de aluguéis da Brasil Brokers está na faixa de R$ 10 milhões por ano, o que representa 8% do faturamento total do grupo.
» Indo a mercado. O banco Votorantim pode ser avaliado entre R$ 10 bilhões e R$ 13 bilhões em uma eventual oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo cálculos de Carlos Daltozo, diretor de renda variável da Eleven Financial, casa independente de análise financeira. A cifra considera os múltiplos do Banco do Brasil, que é sócio do banco ao lado da família Ermírio de Moraes. A perspectiva de oferta das ações do Votorantim foi antecipada por esta coluna.
» Evidências. O escritório Moraes Pitombo está abrindo duas áreas inéditas no Brasil: a de Recursos e Altas Cortes (Appeals & High Courts) e a de Evidências (Evidences). A expectativa do escritório é crescer 10% com as novas áreas ainda em 2019.
» Martelo batido. Foi Antônio Sérgio Pitombo quem defendeu o presidente Jair Bolsonaro nas duas ações penais, por apologia ao estupro e injúria contra a deputada Maria do Rosário, no processo suspendido nesta terça, 12, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). » Tijolo sobre tijolo. Especializada em locação de equipamentos para construção civil, a Casa do Construtor viu sua receita crescer 14,5% em 2018 em relação ao ano anterior, atingindo R$ 223 milhões. Com 260 lojas, a rede reforçou o apoio ao franqueado e intensificou a capacitação aos empregados das lojas. A rede espera chegar a 300 unidades até o fim de 2019.
COM CRISTIANE BARBIERI E CIRCE BONATELLI