Dólar sobe 1% e Bolsa cai 0,34% à espera da reforma
Apesar da alta generalizada do dólar, que avançou mais de 1% sobre o real, os juros futuros se descolaram do câmbio e passaram o dia de ontem em queda, influenciados por outros fatores. Além dos dados fracos das vendas do varejo em dezembro, a entrevista exclusiva do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ao Estadão/ Broadcast (leia acima e na pág. B1) levou parte do mercado a considerar que uma nova queda da Selic não pode ser descartada.
Ilan lembrou que a taxa básica de juros está na mínima histórica, de 6,50% ao ano, e que esta mínima “não é efêmera”. Ao mesmo tempo, ele afirmou que o momento atual é de desafio fiscal “relevante” e que, por isso, o BC precisa ser mais cauteloso ao testar novas mínimas. Para alguns players, sobretudo se a reforma da Previdência realmente andar, a declaração do presidente do BC abre uma brecha para novo corte da Selic em 2019.
A alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro também ajudou no recuo dos juros, justamente diante da leitura de que a mudança nas aposentarias pode, finalmente, deslanchar. Entretanto, ainda há dúvidas sobre o andamento da proposta e isso pesou, em alguma medida, sobre o câmbio local.
Já o Ibovespa, principal índice da B3, bolsa paulista, não acompanhou o bom humor em Wall Street e, após uma sessão volátil, fechou em baixa de 0,34%, aos 95.842,40 pontos, com os investidores à espera da versão final da proposta da reforma da Previdência.
O câmbio voltou a piorar ontem e o dólar terminou em alta de 1,04%, a R$ 3,7533. O fortalecimento da moeda americana no exterior e preocupações com os rumos da reforma da Previdência estão entre os fatores que fizeram os investidores buscarem proteção no dólar.