O Estado de S. Paulo

Bolsonaro diz que ‘baterá o martelo’ sobre Previdênci­a hoje

Presidente afirmou, no entanto, que ainda não se decidiu sobre a idade mínima, um dos principais pontos de impasse

- BRASÍLIA

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “baterá o martelo” hoje sobre proposta final da reforma da Previdênci­a. Em entrevista à TV Record, ele disse que ainda não decidiu se a idade mínima a ser fixada na proposta será de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens ou de 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens). O presidente se reúne à tarde no Palácio da Alvorada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Como o Estadão/Broadcast antecipou, a minuta da reforma fechada pela equipe econômica propõe idade de 65 anos para homens e mulheres. Esse é um dos principais pontos de impasse do texto. A equipe de Guedes vem tentando convencer o presidente com dados mostrando que a diferença salarial entre os mais jovens (que serão atingidos por essa idade mínima) é menor do que em outras faixas etárias.

Guedes ainda busca uma forma de atender a vontade do presidente de que, em 2022, a idade para aposentado­ria seja de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens. Uma das propostas é usar essas idades como referência no último ano do mandato do presidente no desenho da regra de transição.

A intenção é partir de idades mínimas iniciais de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens a partir da promulgaçã­o da reforma da Previdênci­a. Essas idades subiriam um ano a cada dois anos, a partir de 2020. Ou seja, a partir do ano que vem, as mulheres se aposentari­am com 56 anos, e os homens, com 61. Com essa regra, as idades chegarão a 57 anos para mulheres e 62 anos para homens exatamente em 2022, como foi dito por Bolsonaro em entrevista­s.

Esse desenho deixa a critério do presidente a definição da “linha de chegada” e o tempo da transição. Se Bolsonaro concordar com idades iguais para homens e mulheres em 65 anos ao fim do período, significa que a transição será mais longa, de 20 anos. Caso a opção política seja por manter uma diferença, a transição fica menor.

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