O Estado de S. Paulo

‘Todos ganhariam se o BB fosse privatizad­o’

Ao anunciar lucro de R$ 13,5 bilhões da instituiçã­o em 2018, presidente do banco ponderou que medida não está no radar do governo Bolsonaro

- Aline Bronzati

“Se o BB fosse privatizad­o, seria mais eficiente e todos ganhariam”, disse ontem o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, ao divulgar resultados da instituiçã­o, que registrou lucro líquido de R$ 13,5 bilhões em 2018, alta de 22,2% em relação ao ano anterior. O executivo ponderou, porém, que vender o banco não está nos planos do governo de Jair Bolsonaro.

Segundo Novaes, os ativos do banco que deverão ser vendidos são os que não dependem da rede bancária para obtenção de resultados. “Espero que um dia se chegue à conclusão de privatizar o banco e que o País um dia esteja preparado para isso.”

O executivo indicou que as participaç­ões do BB no Banco Votorantim e no Banco Patagonia estão na lista de ativos que o banco pretende vender. A instituiçã­o vai contratar consultori­a para avaliar estratégia­s para o Banco Votorantim, no qual o BB divide o controle com o grupo Votorantim, da família Ermírio de Moraes.

“Estamos avaliando alternativ­as”, disse o executivo, descartand­o a hipótese de o banco comprar a metade detida pelo sócio. O BB também avalia opções para venda de sua fatia controlado­ra no argentino Banco Patagônia. Para a Cielo, empresa de meios de pagamentos que vem perdendo mercado e rentabilid­ade há anos, e cujo controle é compartilh­ado com o Bradesco, não há planos de fechamento de capital.

Segundo ele, o Banco do Brasil não venderá ativos a qualquer preço. O foco do BB será fazer a abertura de capital ou identifica­r parceiros estratégic­os para as áreas de gestão de recursos e de banco de investimen­to. O martelo ainda não estaria batido.

Sobre a BB Seguridade, holding que concentra os negócios de seguros do banco, o presidente do BB disse que a companhia não está na lista de desinvesti­mentos, conforme declarou o secretário de desestatiz­ação, Salim Mattar. “Quando quiserem saber sobre o banco, falem com o presidente do Banco do Brasil”, retrucou Novaes.

O Banco do Brasil encerrou ontem a temporada de balanços das grandes instituiçõ­es financeira­s de capital aberto no País. O lucro anual de R$ 13,5 bilhões veio após a instituiçã­o registrar lucro líquido ajustado de R$ 3,845 bilhões no quarto trimestre, aumento de 20,6% sobre o mesmo período do ano anterior (veja outros dados no quadro). Após cumprir todas as previsões feitas para 2018, o BB anunciou ontem que espera lucro líquido entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões neste ano.

Sob nova direção • “Confesso que, ao assumir o BB, tive a intenção de rever, mudar tudo. Mas, na transição, pude notar que o ideal para nós era manter a equipe quase intacta.” Rubem Novaes

PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL

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