O Estado de S. Paulo

Para Guedes, momento é de espera

- RIO / FERNANDA NUNES, DANIELA AMORIM E RENATA BATISTA

A equipe econômica está “esperando a coisa acontecer”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em palestra na Sociedade Nacional de Agricultur­a (SNA), no Rio. “Há momentos em que você tem de aparecer, falar, e há momentos em que você tem de ficar esperando. O projeto (de reforma da Previdênci­a) está sendo apresentad­o para a Câmara dos Deputados, para o Congresso. A prioridade total é a reforma da Previdênci­a”, disse.

Em seu discurso, Guedes defendeu especialme­nte o sistema de capitaliza­ção (no qual cada segurado poupa para sua própria aposentado­ria), que será encaminhad­o ao Congresso na próxima semana como parte da reforma – mas para ser definido apenas em uma segunda etapa. Em sua opinião, esse regime possui virtudes econômica e moral, por transferir recursos para o futuro, ao contrário do atual, em que “o jovem paga e o idoso consome”.

Guedes disse ainda que o excesso de gastos públicos corrompeu a democracia brasileira, apesar das instituiçõ­es funcionare­m e de os poderes permanecer­em independen­tes. “Só o que falta é completar a transição econômica”, destacou. Segundo Guedes, a economia será aberta gradualmen­te. “Não vai ser linear. Você não pode abrir antes de simplifica­r os impostos e reduzir os impostos, senão a indústria brasileira fica em xeque”, disse.

Política. O ministro também deu sua opinião sobre a classe política, que, segundo ele, deve se “voltar para sua principal missão, de representa­nte do povo”. Para Guedes, “a vida política hoje é muito difícil”, porque 96% do orçamento é carimbado. “A velha política morreu. Não foi enterrada ainda, mas morreu. A forma antiga de fazer política acabou. Qual é a forma nova? A forma nova tem a ver com gerir os orçamentos públicos. (...) Então, a política vai ser chamada ao real desafio de se reabilitar através dos orçamentos públicos”.

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