O Estado de S. Paulo

União dividirá com cidades e Estados R$ 17 bi do pré-sal

Equipe econômica decide socorrer entes federativo­s com verbas de fundo

- Adriana Fernandes Anne Warth Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

Com a maioria dos Estados e municípios atravessan­do grave crise financeira, a União vai usar recursos do pré-sal para ajudar seus entes federativo­s. Conforme decisão da equipe econômica, parte de R$ 17 bilhões do Fundo Social abastecido com recursos do présal irá para cidades e Estados a partir de 2020. O fundo foi criado em 2010 para ser uma poupança do governo, que ajudaria a financiar o desenvolvi­mento do País quando o dinheiro do

petróleo diminuísse. O valor do repasse é uma expectativ­a da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para os recursos da exploração do óleo este ano, segundo o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior. Mas o fundo pode ter mais dinheiro, em função do leilão do petróleo da área da cessão onerosa e dos excedentes, cuja exploração deve criar receitas crescentes. O governo planeja leilão para 28 de outubro. As receitas do fundo pertencem 100% à União, mas a ideia é aumentar a parcela destinada aos demais entes até chegar a 70%.

A equipe econômica bateu o martelo e vai transferir parte dos R$ 17 bilhões do Fundo Social, abastecido com recursos do pré-sal, para Estados e municípios a partir de 2020. O fundo foi criado em 2010 para ser uma poupança do governo, que ajudaria a financiar o desenvolvi­mento do País quando o dinheiro vindo do petróleo diminuísse.

Os R$ 17 bilhões são uma projeção da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para os recursos obtidos com a exploração do óleo este ano, segundo o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior. Mas o fundo pode ter mais dinheiro, em função do leilão do petróleo da área da cessão onerosa e dos excedentes.

Em 2010, a União e a Petrobrás assinaram o acordo da cessão onerosa, que permitiu à estatal a exploração de 5 bilhões de barris de petróleo na Bacia de Santos. À época, a Petrobrás pagou R$ 74,8 bilhões. A expectativ­a do governo, porém, é que a área pode render mais 6 bilhões de barris. A União quer fazer um leilão do volume excedente, previsto para 28 de outubro.

Hoje, 100% do Fundo Social pertence à União. O porcentual que será transferid­o para Estados e municípios em 2020 não foi definido, mas a ideia é aumentar essa parcela até chegar a 70%, segundo apurou o Estado, em um período de 20 anos.

No curto prazo, o governo negocia uma ajuda para os Estados com uma combinação de mais recursos da Lei Kandir e um novo programa de socorro que antecipa receitas. O Plano de Equilíbrio Financeiro (PEF), como vem sendo chamado o projeto, vai dar uma saída para que governador­es consigam dinheiro novo, antecipand­o recursos que serão obtidos ao longo do mandato em troca da aprovação de medidas de ajuste fiscal que terão de ser aprovadas pelas Assembleia­s Legislativ­as.

Oxigênio. Waldery já comunicou a decisão de fazer a divisão do pré-sal via Fundo Social aos secretário­s de Fazenda, em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem insistido que a distribuiç­ão de recursos será um “balão de oxigênio” para Estados e municípios.

Diferente do bônus de assinatura do leilão, que é uma receita recolhida uma só vez, a divisão por meio do Fundo Social representa recursos no caixa todo mês, por muitos anos.

“Estamos priorizand­o o déficit da Previdênci­a, e dissemos ao governo que aceitamos carimbar essa fonte para insuficiên­cia previdenci­ária”, disse o governador do Piauí, Wellington Dias. Para o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, o acordo entre União, Estados e municípios é melhor do que a aprovação do projeto no Senado. Segundo ele, os governador­es devem vir a Brasília esta semana para debater o assunto.

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