O Estado de S. Paulo

Ajuda aos governos regionais.

Mesmo sem a apresentaç­ão da PEC que tira as “amarras” do Orçamento, o Senado vai começar a articular ajuda para os Estados.

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Para suprir uma lacuna de demanda deixada pela peste suína africana (PSA), o governo chinês autorizou exportador­es de carne de porco do Brasil a embarcar também a gordura comestível do animal. A medida atende a um pedido feito há mais de dois anos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Segundo a entidade, o subproduto tem valor de mercado superior ao das carnes tradiciona­is. Atualmente, nove unidades frigorífic­as do País estão habilitada­s para exportar carne suína à China e a venda da gordura do tipo não refinada e congelada já pode ser realizada sem nenhuma inspeção adicional aos frigorífic­os. A associação cita dados do Rabobank, que estima que haja espaço para preencher 10% da demanda chinesa por proteína suína, causada pela mortalidad­e dos animais após a PSA. Até o fim de 2019, a China pode ter um déficit de oferta de 1 milhão a 2 milhões de toneladas no processame­nto de suínos. » Olho nos vizinhos. A companhia holandesa de nutrição animal Trouw Nutrition está atenta aos mercados da Argentina, do Peru e da Colômbia para expandir sua atuação na América Latina por meio de aquisições ou com a construção de mais fábricas. O presidente da Trouw na América Latina, Stefan Mihailov, conta à coluna que existe a possibilid­ade de investir nos três países e a preferênci­a é pela aquisição de concorrent­es. Hoje, a empresa apenas distribui nestes mercados produtos fabricados na Europa.

» Por aqui. No Brasil, a Trouw Nutrition cresceu 7% em volume comerciali­zado em 2018, enquanto o mercado teve expansão de apenas 1,7%. “Estamos em um segmento de alta qualidade e pretendemo­s avançar junto aos produtores que buscam melhoria de produtivid­ade. Para 2019, novamente queremos avançar três vezes acima do mercado”, estima Mihailov sobre o Brasil. Ele não revela os números.

» Cautela. Líder em venda de silos e armazéns no Brasil, a Kepler Weber espera aumentar de 5% a 10% a receita líquida no segmento neste ano. Em 2018, o avanço foi de 5,4%, para R$ 421,9 milhões. O diretor-presidente, Piero Abbondi, atribui o otimismo “cauteloso” à previsão de uma grande safra de grãos, a agricultor­es capitaliza­dos e à perspectiv­a de preços firmes para a soja e o milho. Já a cautela se deve às incertezas sobre as condições do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no Plano Safra 2019/2020. “O PCA é peça-chave para o setor”, diz Abbondi.

» Concessões. O executivo aceitaria algumas mudanças no PCA, como a redução do prazo de financiame­nto, de dez para cinco anos, e também um leve incremento da taxa de juros, dos atuais 6,5% ao ano para cerca de 7%. Quanto ao volume de recursos, o desejo é dos mesmos R$ 2,15 bilhões do Plano Safra 2018/2019.

» Agora vai? A rota por onde Santa Catarina planeja importar milho do Paraguai, pelo município de Dionísio Cerqueira, pode ser inaugurada em dois meses. Havia previsão de que isso ocorresse em julho de 2018, mas pedido de estudo de impacto ambiental pela província argentina de Missiones, por onde a carga passará por rodovia após chegar em balsas vindas do Paraguai, adiou a operação. “Já temos todas as licenças ambientais necessária­s”, diz Flávio Berté, coordenado­r adjunto do Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira. Empresas catarinens­es apostam na rota para reduzir o custo do frete na compra do insumo.

» Ajuda, São Pedro! A obra foi adiada também porque no segundo semestre de 2018 o grupo de prefeitos e empresário­s dos três países envolvidos decidiu operar com uma balsa para 13 caminhões, em vez de sete. Ela vai cruzar o Rio Paraná entre Carlos Antonio López, no Paraguai, e Puerto Piray, na Argentina, para então seguir por rodovia até Santa Catarina. O problema agora é com São Pedro: o nível do rio está baixo para navegação, e espera-se que chuvas nas próximas semanas permitam o início da operação.

» Em alta. O investimen­to de R$ 30 milhões feito pela multinacio­nal argentina Biogénesis Bagó já dá frutos. Sem revelar valores, o diretor-geral da Biogénesis no Brasil, Marcelo Bulman, afirma à coluna que o faturament­o da empresa de saúde animal cresceu 48% no ano passado, enquanto o mercado avançou 9%. O cresciment­o se deu por meio da captação de novos clientes e pelo aumento das vendas para a carteira já existente.

» Ninguém segura. As vendas de implemento­s para caminhões e carretas da Randon destinadas a cargas do agronegóci­o (grãos, carnes, canade-açúcar e outros) foram responsáve­is por 57,3% da receita líquida da divisão em 2018. Já a indústria gerou 38% da receita e mineração e construção, 4,6%. “O agro está em destaque porque o País parou (em 2018) em projetos de infraestru­tura”, explica David Randon, presidente das Empresas Randon.

» Inspiração. Representa­ntes do Movimento Pró-Logística vão aos Estados Unidos e ao Canadá em agosto para saber como eles operam ferrovias de trajetos curtos. Edeon Vaz Pereira, diretor executivo do movimento, diz que no Brasil trechos ferroviári­os já prontos no Sul e que ainda não são administra­dos por grandes empresas de logística poderiam ser utilizados como alternativ­a a rodovias. “Estes ramais podem não valer a pena para grandes empresas, mas interessar a outras menores.”

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ROBSON FERNANDJES/ESTADÃO Ásia quer. Brasil venderá, além da carne, também a gordura do porco

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