O Estado de S. Paulo

Surpresas e decepções

- ROBSON MORELLI E-MAIL: ROBSON.MORELLI@ESTADAO.COM INSTAGRAM: @ROBSONMORE­LLI7 TWITTER: @ROBSONMORE­LLI FACEBOOK: @ROBSONMORE­LLI

Ofutebol paulista contou uma história diferente neste fim de semana. As quartas de final do Estadual deram esperanças a um time que estava de bola murcha na competição, sem confiança e envolto em muita confusão no vestiário. Mudou porque os meninos da base, deste ano e de outros, assumiram as rédeas e tomaram o time de assalto, sem medo de errar, abusados e colocando em prática no profission­al o que faziam nas divisões inferiores. É cedo para apostar todas as fichas e escrever com todas as letras que a fase virou, mas o São Paulo contra o Ituano foi o time que deveria ser desde muito tempo atrás, desde o começo da temporada, com gana e de futebol ofensivo até o fim.

A classifica­ção para o mata-mata diante do São Caetano, mesmo jogando mal, renovou o ânimo do elenco, enterrou alguns problemas do grupo, fez Mancini dar de ombros para veteranos e picuinhas e tratar de apostar em meninos que pediam passagem. Foi dessa forma que o São Paulo ganhou de 2 a 1 na primeira partida em casa do mata-mata e deixou sua classifica­ção para a semifinal encaminhad­a, podendo até empatar na volta.

Mais do que a vitória, o que chamou atenção foi a forma com que o São Paulo mandou na partida. Igor Gomes fez os dois gols do time. Fez porque entrou na área, fez porque foi participat­ivo, porque não teve medo. Aquele time desorganiz­ado, sem vontade, passivo e errando tudo, com jogadores batendo cabeça, deu lugar a uma equipe disposta, querendo acertar, participat­iva e de categoria, o que o torcedor sempre cobrou neste ano. O resultado deixa o São Paulo mais confiante, mais perto também da vaga na decisão de quarta-feira em Itu.

Da mesma forma, o Santos passou pelo Red Bull num dos melhores jogos deste Paulistão. Ganhou por 2 a 0 no Pacaembu e confirmou a confiança que sua torcida deposita no time nesta reta final de torneio. Venceu jogando bem, correndo riscos, atacando e sendo atacado, mas nunca desistindo de sua condição ofensiva, seu DNA, do futebol objetivo e da procura incessante pelo gol, como deve ser um time tradiciona­l e do tamanho de sua história.

Agigantar-se nas decisões é uma qualidade dos grandes do futebol brasileiro, principalm­ente nos Estaduais.

Teve um, no entanto, que decepciono­u. O mais badalado dos finalistas. O Palmeiras. Como jogou mal em Novo Horizonte! O empate com a equipe do interior caiu dos céus para Felipão. Era para ter perdido, mesmo a despeito da briga do clube com a FPF por um gol supostamen­te irregular. Mais do que isso. O Palmeiras foi um time desarrumad­o, desinteres­sado, de salto alto e até desrespeit­oso com o adversário. Pensou que poderia ganhar a qualquer momento. Foi surpreendi­do. O calendário se aproxima de abril e o Palmeiras continua devendo futebol na maioria das partidas, mesmo aquelas que ganha. Seu futebol é preocupant­e.

Há jogadores sem qualidade no elenco, que já tiveram chances e não respondera­m. Vivem de lampejos. Insistir com eles é um erro que pode custar muito caro lá na frente.

Encerrando a primeira rodada das quartas, o Corinthian­s fez seu tradiciona­l jogo, de toque de bola e precaução, oferecendo perigo e tendo dificuldad­es na marcação e na velocidade da Ferroviári­a. Cássio se machucou. As chances de gols foram boas. O time da casa saiu na frente e Gustavo empatou: 1 a 1.

O futebol do fim de semana foi, sem dúvida, de surpresas e decepções. As decisões estão abertas.

Meninos da base tomam o São Paulo de assalto e mostram o que a torcida quer ver

Seleção. Sem Neymar, o Brasil é um time comum, como o Panamá. Tite parece perdido no comando, sem condições de arrumar a equipe. Os jogadores, bons individual­mente, não conseguem ser um grupo. Vi o que temia: voltamos à estaca zero.

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