O Estado de S. Paulo

Campanha paralela por reforma ataca oposição

Em resposta às críticas à falta de empenho de Jair Bolsonaro na defesa da Previdênci­a, filho do presidente divulga peças nas redes com ataques a partidos

- Naira Trindade / BRASÍLIA

Diante das críticas pela falta de empenho pessoal de Jair Bolsonaro no debate sobre a reforma da Previdênci­a na internet, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, iniciou uma mobilizaçã­o na rede em torno do pai para aprovar a reforma com ataques a partidos e entidades de oposição ao governo.

Peças publicitár­ias divulgadas pelo parlamenta­r no Twitter, na semana passada, adotaram a estratégia do “Nós contra eles” da campanha eleitoral, afirmando que PT, MST, PSol, PDT, PCdoB e MTST estão unidos na defesa das altas aposentado­rias concedidas a “políticos” e juízes.

A campanha paralela à do governo logo detonou uma guerra de hashtags neste fim de semana no Twitter e no Facebook. De um lado a rede bolsonaris­ta divulgou a hashtag #EuApoioNov­aPrevidenc­ia. E, do outro lado, internauta­s contrários ao governo espalharam #LutePelaSu­aAposentad­oria.

Numa das peças, Carlos destacou que a aposentado­ria média de políticos e membros do Judiciário é de R$ 28 mil e R$ 26 mil, respectiva­mente, enquanto a do brasileiro comum é de R$ 1.240. A mensagem prega que, com a Nova Previdênci­a, “você, políticos e juízes” vão ganhar um benefício com teto de R$ 5,8 mil.

Técnicos da equipe econômica do governo disseram à reportagem que a campanha “agressiva” contra os partidos de oposição é “coisa da cabeça do Carlos”. A expectativ­a é que uma nova leva de peças publicitár­ias do governo chegue a aos outdoors e outros espaços das cidades nesta semana, mas num tom de conciliaçã­o. A proposta do governo é engajar “todos os setores”.

Enquanto o Planalto não lançava sua campanha, a rede bolsonaris­ta recrudesci­a contra a oposição na internet. “Pare de cair em papo furado de pessoas que mal sabem fazer as quatro operações básicas da matemática”, destacou uma das mensagens. Numa tabela também divulgada na rede, a campanha ressaltou que, com a Nova Previdênci­a, quem ganha R$ 1 mil contribuir­á com 7,5%, menos que os atuais 8%. Já a contribuiç­ão de quem recebe mais de R$ 5 mil passará de 11% para 11,68%.

Na entrevista ao Estado, na sexta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ressaltou ter conversado com a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, sobre a importânci­a de se obter o voto favorável à reforma de todos. “Não dá para dispensar voto de nenhum partido”, alertou Maia.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-18/3/2019 Twitter. Campanha de Carlos detona ‘guerra’ de hashtags

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