O Estado de S. Paulo

VAR anula dois gols e seleção só empata

Em Salvador, um Brasil sem criativida­de fica no 0 a 0 com a Venezuela; torcida baiana apoia no começo, mas perde a paciência e vaia no final do jogo

- Ciro Campos ENVIADO ESPECIAL / SALVADOR

Em uma Copa América dentro de casa e em um grupo teoricamen­te fácil, o Brasil vai precisar da última rodada para garantir classifica­ção. Tudo porque na noite de ontem, na Fonte Nova, em Salvador, a equipe não conseguiu superar a retranca da Venezuela, ficou no empate por 0 a 0 e agora depende de uma vitória no próximo compromiss­o.

Na tarde de sábado, na Arena Corinthian­s, contra o Peru, a torcida espera não só a vitória como uma atuação melhor. O Brasil de excesso de jogadas pelo meio, de pouca criativida­de e de quase nenhum drible ou jogada individual, vai precisar jogar bem melhor para vencer e não correr o risco de se complicar novamente em uma competição dentro de casa.

O técnico Tite demonstrou abatimento depois da partida e apontou a ansiedade como a responsáve­l pela atuação. “O time estava nervoso. Isso ficou traduzido nas jogadas. Você força, e erra. Então se arrisca menos. As finalizaçõ­es também foram muito imprecisas”, lamentou.

Para avançar à próxima fase da Copa América, o Brasil precisa somente de um empate no sábado. Mas Tite admite estar pressionad­o para fazer a equipe render mais. “Temos de evoluir o processo criativo e de finalizaçã­o, e não fugir da responsabi­lidade de jogar bonito. O elenco vai adquirir maturidade dentro da competição”, disse.

Se a ida para Salvador representa­va a busca por apoio da torcida, isso não se concretizo­u plenamente. Depois de ter dois gols anulados pelo árbitro de vídeo, o público perdeu a paciência no fim do jogo e se rendeu à competente e esforçada proposta venezuelan­a de se segurar na defesa. Houve vaias e até gritos de “olé” em incentivo aos adversário­s nos minutos finais.

O Brasil pressionou e ainda teve o dissabor de marcar três vezes. Um gol foi anulado por

falta e outros dois, pelo árbitro de vídeo, por impediment­o.

O Brasil conseguiu chegar duas vezes com perigo antes dos 20 minutos, com finalizaçõ­es de Neres e Richarliso­n. A Venezuela ainda assustou em investidas pelo alto com Rondón e depois disso, conseguiu deixar a partida mais travada, principalm­ente pela tendência brasileira de jogar mais pelo meio e menos pelas pontas.

O técnico Tite se incomodou com a dificuldad­e e, no fim do primeiro tempo, resolveu inverter os pontas. A impaciênci­a do treinador com a dificuldad­e em criar provocou uma mudança já no intervalo, com Gabriel Jesus na vaga de Richarliso­n.

A alteração não surtiu o efeito esperado. O Brasil insistia tanto pelo meio que os jogadores ocupavam o mesmo espaço e chegavam a se atrapalhar na mesma jogada por trombarem com algum companheir­o.

Para piorar a angústia, Gabriel Jesus e Coutinho tiveram gols anulados pelo árbitro de vídeo. O estádio todo comemorou e depois teve de esfriar o ânimo. Tite achou justa a marcação, a torcida se revoltou e o técnico da Venezuela, Rafael Dudamel, vibrou. “Que viva o VAR! Seja bem-vindo o VAR ao futebol”, comentou.

 ?? ALEX SILVA/ESTADÃO ?? Travado. Thiago Silva e Firmino disputam a bola com Osorio: seleção fracassou ao tentar furar defesa venezuelan­a
ALEX SILVA/ESTADÃO Travado. Thiago Silva e Firmino disputam a bola com Osorio: seleção fracassou ao tentar furar defesa venezuelan­a
 ?? ALEX SILVA/ESTADÃO ?? Anulado. O árbitro Chileno Julio Bascuñan anula gol de Coutinho após consulta ao VAR
ALEX SILVA/ESTADÃO Anulado. O árbitro Chileno Julio Bascuñan anula gol de Coutinho após consulta ao VAR
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