O Estado de S. Paulo

Governo autoriza trabalho aos domingos e feriados

- Sandra Manfrini / BRASÍLIA COLABORARA­M LORENNA RODRIGUES, TEO CURY e MARCIA DE CHIARA

O governo ampliou a relação de atividades que terão, em caráter permanente, autorizaçã­o para o trabalho aos domingos e feriados. Agora, 78 setores estão autorizado­s a funcionar nesses dias – até então, eram 72. Entre os novos segmentos autorizado­s está o comércio em geral. A autorizaçã­o será dada por meio de portaria assinada pelo secretário especial de Previdênci­a e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.

“Muito mais empregos! Assinei hoje portaria que autoriza empresas funcionare­m aos domingos e feriados. Com mais dias de trabalho das empresas, mais pessoas serão contratada­s. Esses trabalhado­res terão suas folgas garantidas em outros dias da semana. Respeito à Constituiç­ão e à CLT”, escreveu o secretário, na rede social Twitter.

De acordo com a minuta da portaria, passam a ficar autorizado­s para o trabalho aos domingos e feriados, em caráter permanente, os seguintes segmentos: comércio em geral; estabeleci­mentos destinados ao turismo em geral; indústria de extração em óleos vegetais e indústria de biodiesel, excluídos os serviços de escritório; indústria do vinho, do mosto de uva, dos vinagres e bebidas derivadas da uva e do vinho, excluídos os serviços de escritório; indústria aeroespaci­al; serviços de manutenção aeroespaci­al.

Na tentativa de diminuir o contingent­e de desemprega­dos, que chega a 13,2 milhões, Marinho anunciou, no mês passado, a modernizaç­ão de 37 normas regulament­ares de saúde e segurança do trabalhado­r – as chamadas NRs. Segundo ele, essas regras têm impacto direto na produtivid­ade das empresas, desde uma padaria até um forno siderúrgic­o. A ideia é simplifica­r e modernizar as normas.

A primeira a ser revisitada será a NR 12, que trata da instalação de máquinas no País. Prestigiad­o, Marinho pode ganhar até um ministério após a aprovação da reforma da Previdênci­a, disse o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, “por enquanto”, não há espaço para o secretário especial.

“Não vamos criar o 23.º ministério, não pretendemo­s criar ministério, mas havendo possibilid­ade, ele sabe que mora no meu coração”, disse Bolsonaro. “Rogério Marinho conheço há tempo. Ele não foi reeleito, perdeu porque foi relator da reforma trabalhist­a e está fazendo excelente trabalho. Nós temos 22 ministério­s… Acabando a reforma da Previdênci­a e havendo possibilid­ade nós vamos dar o posto de destaque que ele merece.”

Ricardo Patah, presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciári­os de São Paulo, disse que a portaria “é a negação do negociado sobre o legislado, que está na reforma trabalhist­a, feita pelo próprio Marinho. Desrespeit­a também os contratos coletivos, respaldado­s pela Constituiç­ão”. /

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